“É uma reunião decisiva, pois vai ditar o futuro dos nossos colegas na Santa Casa e tentaremos que, pelo menos, os nossos parceiros de negociação – a Federação Nacional dos Médicos [Fnam] – não aceitem um aumento que seja inferior ao acordo intercalar, que eles não gostaram na negociação com o Governo”, adiantou à Lusa a secretária regional de Lisboa e Vale do Tejo do SIM, Maria João Tiago.
Ao fim de 19 meses de negociações, o Governo chegou em 28 de novembro de 2023 a um “acordo intercalar” com o SIM para um aumento dos salários em janeiro deste ano.
O acordo, que foi rejeitado pela Fnam, prevê um aumento de 14,6% para os assistentes de todas as especialidades com horário de 40 horas, de 12,9% para os assistentes graduados e de 10,9% para os assistentes graduados seniores.
“Já andamos nestas negociações há muito tempo. Já fizemos algumas cedências e, efetivamente, sendo que a Santa Casa investiu, que houve milhões [de euros] para tanta coisa, acho que deveria também investir no seu corpo de médicos, de modo a proporcionar uma assistência médica a quem mais precisa”, realçou Maria João Tiago.
A dirigente sindical lembrou que os médicos da SCML não têm tido aumentos salariais “desde há muito tempo”.
“Até agora as propostas da Santa Casa têm ficado aquém dos 15% conseguidos a nível nacional e, sendo que o valor nacional é um valor intercalar, assim que houver condições, vamos voltar novamente às negociações para pedir o que faltou para se conseguir colmatar a diferença da inflação e recuperar o poder de compra. Não nos parece aceitável que a Santa Casa nos faça propostas quase de metade do valor conseguido a nível nacional”, lamentou.
A reunião de terça-feira, em conjunto com a Fnam, tem início marcado para as 17:00 nas instalações da SCML, de acordo com o SIM.
Em 15 de março, o SIM emitiu um pré-aviso de greve para 11 de abril em todos os estabelecimentos e serviços da SCML, com paralisação da atividade médica.
O pré-aviso anunciado incide sobre o trabalho normal e extraordinário, entre as 00:00 e as 24:00 de 11 de abril próximo.
As motivações do protesto prendem-se com a falta de resposta por parte da SCML e dos ministérios da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social “às reiteradas reivindicações por melhores condições salariais e laborais”.
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