Em comunicado, a estrutura sindical começou por dizer que “parece claro que as instâncias europeias apenas aprovaram o tal plano depois de o Governo português ter cedido a todas as suas exigências”.

“Como era de esperar, agora todos se apressam a classificar de ‘grande vitória’ esta notícia, e até alguns comentadores que antes profetizavam mais cortes e despedimentos vêm agora elogiar a União Europeia, o Governo e o seu extraordinário trabalho”, lê-se na mesma nota.

“Mas volvido todo este tempo de espera, em que a União Europeia impôs o seu insolente silêncio, a aprovação do plano de reestruturação é ou não uma vitória e em caso afirmativo de quem?”, questionou o Sitava.

“A resposta parece-nos óbvia. A ser esta aprovação considerada uma vitória, então ela vai direitinha para os trabalhadores que já pagaram e, ainda estão a pagar por ela, um altíssimo preço em postos de trabalho destruídos, e em violentos e injustos cortes nos seus rendimentos”, criticou o sindicato.

O Sitava abordou depois a venda de participações da companhia. “O que dizer da insultuosa decisão de obrigar a TAP a alienar empresas ou parte delas? Com que direito é que uma direção geral da União Europeia, que é o expoente máximo do neoliberalismo na Europa, ordena a um Estado soberano que venda a estrangeiros o seu património empresarial estratégico?”, perguntou o sindicato.

“Está para o Sitava muito claro que, se o Governo não fosse perante Bruxelas ‘o tal aluno bem-comportado’, e se se dispusesse a fazer a defesa da soberania nacional, teria, no mínimo, esboçado veementes protestos como era aliás sua obrigação”, lê-se na mesma nota.

O sindicato acredita que “quanto a isto muita ‘água vai passar ainda por baixo da ponte’ e o Sitava cá estará, como sempre esteve, para lutar pelos direitos dos trabalhadores, do país e da economia nacional”.

A Comissão Europeia informou na terça-feira que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa.

O plano “estabelece um pacote de medidas para racionalizar as operações da TAP e reduzir os custos”, nomeadamente a divisão de atividades entre, por um lado as da TAP Air Portugal e da Portugalia (que serão apoiadas e reestruturadas), e por outro a alienação de “ativos não essenciais” como filiais em atividades adjacentes de manutenção (no Brasil) e restauração e assistência em terra (que é prestada pela Groundforce)”.

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