“Como o país não para ao fim de semana, vamos enviar uma carta ao Presidente da República e outra ao Primeiro-Ministro, para sermos recebidos com caráter de urgência, hoje ou amanhã”, afirmou à Lusa Florêncio Almeida, da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Veículos Ligeiros (ANTRAL).
O dirigente associativo adiantou que, a partir de segunda-feira, os taxistas vão “iniciar uma vigília à porta da residência oficial do primeiro-ministro”, em São Bento.
Segundo Florêncio Almeida “estão atualmente paralisados em todo o país 3.000 motoristas de táxi”, metade deles em Lisboa.
Na capital, os táxis estão parados ao longo da Avenida da Liberdade, nos dois sentidos, desde a Praça dos Restauradores até ao Campo Pequeno, pelo quarto dia consecutivo, em protesto contra a entrada em vigor, a 01 de novembro, do diploma que regula as plataformas digitais de transportes.
As duas estruturas do setor são a ANTRAL e a Federação Portuguesa do Táxi.
“Não somos contra as plataformas, o setor do táxi também as tem, só queremos que as regras sejam iguais”, disse hoje à Lusa, José Domingos, membro da direção da ANTRAL.
Na sexta-feira, o processo teve um desenvolvimento, com o PCP a pedir a revogação da lei, uma decisão que os taxistas consideram estar no “caminho correto”, mas que ainda não é suficiente.
Inicialmente, os representantes dos motoristas de táxi exigiam que os partidos apresentassem, junto do Tribunal Constitucional, um pedido de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do diploma, uma exigência que não foi acolhida pelos grupos parlamentares.
“A proposta do PCP é o que queremos, mas sozinha vale pouco. Queremos que partidos com assento parlamentar apoiem, para que a proposta passe”, afirmou, manifestando esperança no PSD, que “já meteu um requerimento para ouvir o ministro [do Ambiente] com caráter de urgência”.
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