Os sindicalistas estão a "demonstrar, uma vez mais, a injustiça que o Governo teima em perpetuar com este grupo profissional", um dia depois de terem recusado uma proposta do executivo sobre questões de carreira.

Luís Dupont, presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica, explicou à Lusa que, face à não aceitação das propostas do Governo, na quinta-feira, este agendou nova reunião para dentro de duas semanas, que o sindicalista espera que sejam mesmo duas semanas e que não seja adiado.

“Dissemos ontem que não concordávamos minimamente e que o que nos propunham não era suficiente para haver acordo. O Governo pediu mais 15 dias”, disse o sindicalista à Lusa, acrescentando que a vigília de hoje é simbólica e para deixar um apelo ao executivo no sentido da revisão da carreira, que está há 18 anos para ser revista.

Além do apelo ao Governo no sentido de “apresentar de facto novas propostas”, o sindicalista diz também que os técnicos de diagnóstico e terapêutica admitem outras formas de luta, incluindo greves.

Dina Carvalho, do Sindicato dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (Sindite), frisou, também à Lusa, que os impactos orçamentais de uma revisão da carreira “têm de estar previstos no próximo orçamento do Estado”.

Na quinta-feira, Dupont já tinha dito que o que o Governo apresentou na reunião “foi pouco mais do que tinha apresentado nos últimos meses”, falando em “migalhas” que a plataforma se recusou a aceitar.

“Querem meter 97% dos trabalhadores na base da carreira e nós não aceitamos isso de maneira nenhuma”, disse Luis Dupont.

O descontentamento dos técnicos de diagnóstico motivou uma greve em julho, durante a qual Luís Dupont admitia que sem novas propostas da tutela os profissionais poderiam voltar novamente a paralisar.

Hoje, concentrados em frente do Ministério das Finanças, onde segundo Dina Carvalho nunca foram recebidos, os sindicalistas eram em pequeno número, explicado por Luís Dupont com o facto de se tratar de uma ação simbólica e com a presença apenas de dirigentes.

No mesmo local e pelo terceiro dia consecutivo estão também concentrados polícias, cerca de meia centena na tarde de hoje, com bandeiras mas também música, a exigir que o Governo cumpra a decisão do Supremo Tribunal Administrativo, que declarou ilegal o corte de subsídios em período de férias.

Na quarta-feira os polícias anunciaram que iriam manter protestos diários até ter uma resposta do Governo às reivindicações.

O protesto é organizado pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP)e tem o apoio do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP/PSP) e da Organização Sindical dos Polícias.