A declaração será feita à tarde, após o conselho de ministros, e deverá dar conta do resultado dos contactos feitos nas duas últimas semanas com líderes europeus.

Na quarta-feira, a mesma declaração será debatida e votada, bem como uma série de propostas de alteração, sendo de esperar que sejam submetidas várias para impedir uma saída sem acordo.

Jeremy Corbyn, líder do partido Trabalhista, o principal partido da oposição, anunciou na segunda-feira o apoio a uma emenda da trabalhista Yvette Cooper e do Conservador Oliver Letwin para forçar o governo a consultar os deputados sobre uma prorrogação do artigo 50.º se não conseguir passar um acordo até 13 de março.

“Assumimos também o compromisso de apresentar ou apoiar uma emenda a favor de um voto público para impedir que um ‘Brexit’ conservador adverso seja imposto no país”, acrescentou Corbyn, numa reunião com deputados.

Nos dois dias da cimeira da cimeira UE-Liga Árabe, no domingo e segunda-feira em Sharm el-Sheikh (Egito), na qual inicialmente não tinha planeado participar, May encontrou-se com a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ainda com os homólogos holandês, Mark Rutte, e italiano, Giuseppe Conte.

Existe “uma verdadeira determinação em encontrar uma forma de permitir que o Reino Unido saia da UE de uma forma suave e ordenada com um acordo”, garantiu a primeira-ministra britânica numa conferência de imprensa, em que reiterou que não pretende adiar a data de saída porque “não resolve o problema”.

“Está ao nosso alcance sair com um acordo a 29 de março e é nisso que todas as minhas energias vão estar concentradas”, vincou a líder conservadora.

O governo britânico vai continuar hoje a negociar em Bruxelas alterações à solução para a fronteira da Irlanda do Norte, designada por ‘backstop’ no Acordo de Saída negociado com Bruxelas.

Este mecanismo de salvaguarda consiste na criação de “um território aduaneiro único” entre a UE e o Reino Unido para assim evitar uma fronteira física entre a República da Irlanda, Estado-membro da UE, e a província britânica da Irlanda do Norte.

A solução só seria usada caso a parceria futura entre Bruxelas e Londres não ficasse fechada até ao final do período de transição, que termina a 31 de dezembro de 2020.

Porém, um grande número de deputados britânicos, sobretudo eurocéticos, teme que o país fique indefinidamente numa união aduaneira com a UE, e defendem a substituição do ‘backstop’ por “providências alternativas”.

O governo precisa de uma maioria de votos no parlamento para ratificar um acordo que garanta uma saída ordenada do bloco europeu, mas o texto negociado com Bruxelas foi rejeitado em 15 de janeiro por uma margem de 230 votos, incluindo de 118 deputados do partido Conservador.

No domingo, Theresa May afirmou, em declarações a jornalistas britânicos, que o chamado “voto significativo” será repetido até 12 de março.

Na segunda-feira, após a cimeira UE-Liga Árabe, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que, perante o impasse no parlamento britânico, “uma extensão [do artigo 50.º] seria uma solução racional”.

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