Em comunicado enviado à agência Lusa, a Comissão de Trabalhadores (CT) descreve o ato eleitoral, ao qual concorreram duas listas, como “vergonhoso”, afirmando que “as eleições ficam marcadas pelo envolvimento da administração, pela pressão, chantagem e condicionamento de trabalhadores”.

A agência Lusa tentou ouvir a administração da Efacec, mas tal não foi possível até ao momento.

“Ao longo dos últimos dias fomos conhecendo vários relatos de pressões sobre chefias e trabalhadores com vista a condicionar a votação e influenciar o resultado”, sustenta a CT ainda em funções.

Conforme explica, “além do despedimento coletivo em curso”, que diz visar “muitos dos mais destacados, coerentes e combativos trabalhadores”, o período que antecedeu as eleições “ficou marcado pela circulação da informação que no futuro somente seriam elegíveis para promoções os trabalhadores que aceitarem passivamente a retirada de direitos, independentemente das aptidões profissionais e dedicação”.

Das eleições saiu vencedora a “Lista B”, que a CT garante ter sido “promovida pela administração” e integrar “chefias e quadros diretamente envolvidos na elaboração e promoção do processo de despedimento coletivo em curso”.

Já a “Lista A”, que reunia vários elementos da atual Comissão de Trabalhadores e alguns dos 21 trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo em curso, obteve cerca de 42% dos votos e elegeu cinco elementos para aquele órgão.

Embora admitindo ficar agora “numa situação mais difícil”, os membros da lista derrotada condenam “estes processos divisionistas” e afirmam-se “comprometidos com a defesa dos interesses dos trabalhadores e disponíveis para resistir à pressão e à chantagem”, garantindo que a administração “não conseguirá acabar com a resistência e nem com a luta pelos direitos, por salários dignos e contra a exploração”.

A administração da Efacec anunciou a 10 de maio o despedimento coletivo de 21 trabalhadores da área de transformadores de potência da Efacec Energia, no âmbito de um “processo de ajustamento” que envolveu a saída de 49 colaboradores e que foi justificado com a quebra de encomendas de 33% e a redução de 125% dos resultados operacionais entre 2013 e 2017 naquela unidade de negócio.

Na altura, a empresa assegurou que os visados pelo despedimento coletivo recusaram as “soluções de mobilidade e rescisões por mútuo acordo” que lhes foram propostas, mas estes garantem não lhes terem sido apresentadas alternativas e estão a contestar a medida em tribunal.

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