Em declarações à agência Lusa, Fernando Simões, dirigente do SINTAC, revelou que a estrutura sindical esteve hoje reunida com o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, para analisar o diferendo entre os trabalhadores e a empresa, que se dedica ao ‘handling’, ou seja, prestação de serviços em terra nos aeroportos nacionais.
A paralisação está marcada para os aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Funchal.
“Naquilo que diz respeito à progressão de carreiras, o que nos foi dito é que podemos contar com o apoio deles [do Governo] no sentido de fazer ver à empresa que tem que cumprir os compromissos assinados”, adiantou o responsável sindical.
Fernando Simões referiu ainda que, “se a empresa atender à reivindicação e cumprir”, ou seja, apresentar-se junto do “Ministério do Trabalho e assinar um documento em que diz que até ao final do ano regulariza a situação das pessoas que devia ter regularizado em 2019”, assumindo o compromisso de cumprir que "quem tem que progredir na carreira avance em 2020, a greve será desconvocada”.
Caso esta reivindicação não seja atendida, o sindicato avança com a paralisação.
“Foi-nos transmitido [na reunião de hoje] que podemos contar com a ajuda do Ministério [das Infraestruturas e Habitação]”, indicou Fernando Simões, revelando que a tutela garantiu “que ainda hoje ia haver contactos com a administração da Vinci”, dona da empresa.
Num comunicado divulgado hoje, o SINTAC indicou que decidiu avançar com o referido pré-aviso de greve na empresa porque "através dos seus administradores pertencentes ao grupo Vinci, respondeu com a denúncia do acordo de empresa em vigor, e não cumpriu o devido descongelamento de carreiras no passado mês de novembro conforme tinha assinado em 2016".
O SINTAC refere que "como se ainda não bastasse", a empresa "começou a cortar abonos sociais e direitos adquiridos por todos os seus trabalhadores ao longo de 20 anos, não reconhecendo assim todo o esforço dos trabalhadores ao longo dos anos, e tudo isto com um único objetivo, o de não baixar os seus lucros a fim de poder encher ainda mais os cofres do grupo Vinci".
O sindicato sublinha que "durante três anos os trabalhadores viram os seus aumentos e progressões de carreira congelados a fim de melhorar a saúde financeira da empresa, e contribuíram imenso" para o seu crescimento.
Comentários