"Os colaboradores com direitos acumulados de CQ e CO [folgas compensatórias] e / ou férias dos anos anteriores, devem usufruir dos mesmos, com caráter mandatário e prioritário", pode ler-se na carta dos Recursos Humanos da TAP aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso.

Na mesma carta, os recursos humanos da TAP afirmam que os trabalhadores que "sem prejuízo da operação possam exercer a sua função a partir da sua habitação devem adotar o regime de Teletrabalho".

A TAP afirma que "o regime de Teletrabalho só deverá ser permitido nas situações em que seja possível o exercício integral das funções habituais" fora da empresa.

Já os trabalhadores com filhos menores de 12 anos, "podem utilizar a medida de exceção definida pelo Governo de Assistência à Família, no âmbito do encerramento dos estabelecimentos escolares decretado".

"A nossa operação está em constante avaliação e ajuste para fazer face às restrições operacionais impostas e, em simultâneo, acautelar os compromissos assumidos com os nossos clientes, com a menor disrupção possível", assegura a TAP nesta carta aos trabalhadores.

A companhia aérea nacional vai também vedar o acesso às instalações da empresa dos filhos aos trabalhadores a partir de segunda-feira, 16 de março.

No dia 09 de março, a TAP decidiu cancelar mais 2.500 voos nos "próximos meses" para fazer face às "quebras nas reservas" devido ao novo coronavírus, totalizando assim os 3.500, depois de anunciar 1.000 cancelamentos na semana anterior, segundo um comunicado.

"A companhia decidiu reduzir a capacidade para os próximos meses em cerca de 2.500 voos adicionais, um ajustamento que se junta ao anunciado na semana passada, de 1.000 voos, resultando assim estas medidas numa redução total da oferta de 3.500 voos, equivalentes a 7% dos voos programados em março, 11% em abril e 19% em maio", referiu a transportadora, nessa altura.

Segundo a TAP, "estas medidas justificam-se pela quebra nas reservas de viagens para os próximos meses que se tem verificado nos últimos dias".

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.