Na capital indiana, Nova Deli, na abertura de uma cimeira de dois dias do G20, Modi bateu o martelo três vezes antes de fazer o anúncio, que recebeu aplausos na sala, apertou a mão do atual líder da UA, o Presidente das Comores, Azali Assoumani, e abraçou-o calorosamente.

“Com a aprovação de todos, solicito ao representante da União Africana que assuma o seu lugar como membro permanente do G20”, disse depois Modi, sublinhando que foi a Índia a propor esta alteração.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tinha defendido, na sexta-feira, que a UA deveria tornar-se membro permanente do grupo.

“Veremos qual será a decisão, mas o que é claro é que a União Europeia [UE] apoia a adesão da União Africana ao G20”, declarou Michel, numa conferência de imprensa em Nova Deli, antes do início da cimeira.

Em dezembro, o Presidente norte-americano, Joe Biden, expressou o desejo de que a UA se possa juntar ao G20 como membro permanente, assegurando que isso iria acontecer, uma posição reafirmada esta semana pelo seu conselheiro da Segurança nacional, Jake Sullivan.

Durante esta cimeira, é esperado também o anúncio de um acordo para um grande projeto de transporte a ligar a Europa à Índia, disse hoje o conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos, Jon Finer.

O anúncio surge num momento em que Joe Biden trabalha para uma possível normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, tal como já aconteceu entre Telavive e os Emirados Árabes Unidos, Bahrain e Marrocos.

De acordo com o portal de notícias Axios, o projeto prevê ligar os países árabes através de comboio — ligações que poderão ser alargadas a Israel em caso de normalização das relações, e depois à Europa através dos portos marítimos israelitas -, bem como ligações marítimas com a Índia.

O grupo G20, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), reúne-se hoje e no domingo na capital indiana, Nova Deli, num encontro marcado por tensões patentes na ausência dos Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Na reunião, as fortes divergências sobre a guerra na Ucrânia, a eliminação progressiva das energias fósseis e a restruturação da dívida deverão dominar os debates e, provavelmente, impedir qualquer acordo.

Tanto Moscovo como Pequim confirmaram recentemente que os seus chefes de Estado não participarão na cimeira e que os respetivos países serão representados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.