Quase 45 mil alunos ficaram colocados no ensino superior público na primeira fase do concurso nacional de acesso, mais de 5% face ao 2016 e o número mais elevado desde 2010, segundo dados divulgados hoje da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES).
Contactado pela agência Lusa, António Cunha considerou que estes números traduzem uma “evolução positiva, mas expectável”, uma vez que, este ano, pela primeira vez desde 2009 o número de candidatos ao ensino superior na 1.ª fase do concurso nacional de acesso superou o número de vagas.
Além do aumento do número de estudantes colocados no ensino superior, o presidente do Conselho de Reitores destacou a evolução “muito, muito positiva na qualidade dos alunos que entram”, dado a subida da média de entrada em vários cursos.
“Há muitos cursos com notas mínimas bastante elevadas, para além do que era tradicional no passado, quando essas notas elevadas existiam apenas em medicina, o que é muito positivo”, afirmou.
De acordo com a classificação dos últimos colocados, divulgada hoje pela DGES, são 44 cursos cuja nota mínima de acesso (no contingente geral) foi igual ou superior a 17 (em 20), sendo que esse número duplica, para 88, quando se engloba a nota mínima de 16 valores.
António Cunha salientou também o aumento das colocações no ensino politécnico, que subiram 8,4%.
Pelo lado negativo, o presidente do Conselho de Reitores referiu que permaneçam diferenças entre as universidades do litoral do país – com taxas de colocação a rondar os 100% nesta primeira fase – e do interior – que ficam com dezenas de vagas por preencher (sobretudo no ensino politécnico).
“Há de facto dois países nestes resultados, quer seja no subsistema universitário, quer seja no subsistema politécnico”, lamentou, acrescentando que esta é uma questão que “vai muito além do ensino superior e que tem a ver com o desenvolvimento do país e da condição dessas regiões”.
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