O MP informou, através da rede de mensagens instantâneas Twitter, que vai investigar as três mortes que ocorreram em manifestações no estado de Barinas, no oeste do país, onde nasceu o falecido Presidente venezuelano Hugo Chávez.

Vários dirigentes da aliança da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD), como o governador e antigo candidato presidencial Henrique Capriles, informaram da morte de um outro jovem em Barinas, mas o Ministério Público ainda não confirmou essa ocorrência.

As três vítimas mortais de que deu conta o MP elevam para 51 o balanço oficial de mortes desde o início da violenta vaga de protestos na Venezuela, onde foram também contabilizados quase mil feridos, de acordo com outros balanços.

De acordo com os jornais locais, em Barinas morreram Luís Lucena (20 anos), Yorman Alí Bervecia Cabeza (19), Alfredo Carrizales e Johan Alberto Quintero.

A imprensa acrescentou que a oposição levantou várias barricadas com tubos de grandes dimensões, em várias estradas da localidade, para impedir a circulação de viaturas. A polícia esteve no sítio para tentar restituir a circulação de carros e um manifestante ficou ferido.

No mesmo local, a população incendiou a sede local do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido no Governo), o Conselho Nacional Eleitoral e a sede da Câmara Municipal de Barinitas, registando-se ainda saques a pelo menos um centro comercial e a vários estabelecimentos comerciais.

A oposição indicou terem decorrido pelo menos 15 manifestações opositoras em diferentes zonas do estado de Bolívar que resultaram em violência, na sequência da intervenção das forças de segurança.

Em Caracas, pelo menos 12 pessoas ficaram feridas, três delas a tiro, quando as forças de segurança reprimiram violentamente uma manifestação de médicos que pretendia chegar ao centro da capital, para entregar um documento às autoridades, sobre a crise no setor.

Em La Tahona (sul de Caracas), três autocarros de passageiros e uma ambulância foram incendiados em circunstâncias que estão a ser investigadas pelas autoridades.

As autoridades venezuelanas estão também a investigar agressões a quatro jornalistas, no centro de Caracas.

Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 01 de abril último, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 01 de maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.

De acordo com dados oficiais, pelo menos 50 pessoas morreram desde o início da crise.