"Não sinto que tudo correu mal, mas sinto que houve falhas em relação a alguns aspetos da supervisão", disse Constâncio em resposta ao deputado do PSD Duarte Marques, na comissão parlamentar de inquérito à CGD, na Assembleia da República, em Lisboa.

Para aquele que foi também vice-presidente do Banco Central Europeu, entre 2010 e 2018, é hoje do "conhecimento geral que houve falhas de supervisão no período anterior à crise". Isso do "ponto de vista institucional", acrescentou.

Já anteriormente, em resposta a outros deputados sobre procedimentos específicos que o supervisor não detetou na CGD, o economista admitiu que algumas situações terão sido falhas, mas vincando que a falha é da instituição e não pessoal, uma vez que o governador delega poderes e recebe informação dos serviços do banco central a quem cabe a supervisão direta dos bancos.

"Se não foi detetado é falha de supervisão, mas não me atribua isso pessoalmente", respondeu Vítor Constâncio a Cecília Meireles, do CDS-PP, referindo que tinha o seu "tempo bastante ocupado".

"Há que distinguir responsabilidade pessoal da dos serviços. Se não me eram reportadas irregularidades...", afirmou à mesma deputada.

Para Constâncio, a supervisão tem várias insuficiências, tanto em "número de supervisores" como em poderes, uma vez que não tem "poderes de investigação judicial", pelo que, "consequentemente, é relativamente limitada e em muitos casos baseada no próprio reporte que os bancos fazem".

O ex-secretário-geral do Partido Socialista (entre 1986 e 1989) está a ser ouvido no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD, criada a propósito da auditoria realizada à gestão do banco público entre 2000 e 2015.

Vítor Constâncio declarou que não leu o relatório da EY que está em causa nesta comissão.

"Não li o relatório e suponho que não é público", disse, ao que vários deputados responderam "é, é".

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