O tenista partilhou hoje, na sua conta da rede social Instagram, duas fotografias. Uma do recobro da cirurgia, outra de uma radiografia à sua anca onde é visível a prótese.

"Agora tenho anca de metal", brincou Murray em referência à prótese. "Sinto que estou todo partido mas, felizmente, vou deixar de sentir dores na anca", acrescentou.

O procedimento, conhecido como artroplastia de resurfacing, um tipo de artroplastia conservadora de osso em que a cabeça femoral é preservada sendo recoberta por uma superfície metálica, é uma alternativa à prótese total.

Com quase um ano de intervalo, esta é a segunda cirurgia a que o tenista foi submetido. Esta intervenção poderá dificultar, ainda mais, a sua participação em Wimbledon, que acontece de 1 a 14 de julho.

"As melhoras rápidas, Andy. Sabemos que farás tudo para estar de regresso ao circuito", escreveu a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) no Twitter.

Andy Murray, ex-número 1 mundial e atual 229.º do ‘ranking’ mundial, foi eliminado na ronda inaugural do Open da Austrália, primeiro ‘Grand Slam’ do ano, ao perder com o espanhol Roberto Bautista-Agut, 24.º, por 6-4, 6-4, 6-7 (5-7), 6-7 (4-7) e 6-2, após uma ‘batalha’ de quatro horas e nove minutos.

No final da prova, em conferência de imprensa, Muray admitiu que era "muito provável" que essa partida fosse a última da sua carreira.

"Decidirei na próxima semana se vou para cirurgia em breve ou, pelo contrário, descanse até Wimbledon para aí fazer o meu último torneio", disse à data [14 de janeiro].

Recorde-se que antes mesmo do Open da Austrália, o tenista já tinha admitido que o torneio australiano podia ser o último da sua carreira.

Em lágrimas, Andy Murray anuncia fim da carreira: "A dor é demasiada e eu não quero continuar a jogar assim"
Em lágrimas, Andy Murray anuncia fim da carreira: "A dor é demasiada e eu não quero continuar a jogar assim"
Ver artigo

"Eu não me sinto bem. Passei os últimos 20 meses a lutar contra dores. Já fiz tudo o que podia fazer para me sentir melhor da anca. Wimbledon era onde eu gostava de terminar a minha carreira, mas não sei se o vou conseguir. Não sei se consigo aguentar estas dores mais quatro ou cinco meses”. Foi com estas palavras, numa conferência que durou menos de 10 minutos e em que o tenista britânico teve de sair da sala depois da primeira pergunta, regressando logo depois, o melhor que podia, e contendo-se para segurar as lágrimas.

"Eu vou jogar [na Austrália]. Ainda posso jogar a um nível - não ao nível que eu estou satisfeito. (...) Mas também, não é só isso. A dor é demasiada", lamentou.

Murray foi submetido a uma cirurgia à anca em janeiro de 2018. Depois de duas breves tentativas para regressar, jogou apenas 12 partidas no ano passado.

O tenista voltou aos campos em Brisbane, na primeira semana de janeiro, onde venceu a sua partida de estreia, mas perdeu na segunda ronda para Daniil Medvedev, mostrando óbvias dificuldades para se movimentar.

Murray teve uma carreira de sucesso, acabando com prolongados períodos sem vitórias nos Grand Slam para os britânicos, quando venceu o Open dos Estados Unidos em 2012 e Wimbledon no ano seguinte, tornando-se no único jogador a ganhar medalhas de ouro consecutivas nas Olimpíadas.

O britânico fez parte do grupo de quatro tenistas masculinos que dominaram num mesmo período os grandes torneios mundiais, com Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Agora, aos 31 anos, será provavelmente o mais novo deles aposentar-se.

Murray, que chegou a seis finais em torneios de Grand Slam, contabiliza 663 vitórias e 190 derrotas, que resultaram na conquista de 45 títulos, entre eles os de Wimbledon (2013 e 2016), Open dos Estados Unidos (2012), bem como em duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos (2012 e 2016).