O Sporting comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a renúncia ao cargo do administrador Guilherme Pinheiro da SAD ‘leonina’, anunciou hoje o regulador em comunicado publicado no seu sítio oficial na Internet. A par, Bruno de Carvalho, presidente dos leões, convocou uma conferência de imprensa para esta quarta-feira, às 13h00, para "falar de todos os assuntos do Sporting".

"A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD vem, nos termos e para efeitos do cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no artigo 248º, nº1 al. a) do Código dos Valores Mobiliários, informar o mercado da renuncia apresentada pelo Senhor Dr. Guilherme José Araújo da Costa Carracho Lourenço Pinheiro ao cargo de Administrador da Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD", pode ler-se na nota da CMVM.

Guilherme Pinheiro era um dos quatro vogais do Conselho de Administração da SAD do Sporting - que é presidida por Bruno de Carvalho, presidente do clube lisboeta -, uma vez que o administrador Vítor Ferreira demitiu-se em 2015 e não foi substituído.

A saída de Guilherme Pinheiro é conhecida no dia a seguir à ida de Jorge Jesus para o Al Hilal, da Arábia Saudita, pelo qual assinou um contrato valido por um ano, com outro de opção. Em três anos ao serviço dos ‘leões’, Jorge Jesus conquistou uma Supertaça Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga.

O clube de Alvalade vive momentos conturbados que culminaram na saída não só de Jorge Jesus e a rescisão por justa causa de Rui Patrício e Daniel Podence. A crise no Sporting teve início em 15 de maio, quando cerca de 40 pessoas encapuzadas invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral (MAG), a maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.

De seguida, realizaram-se duas reuniões da MAG e membros do CFD com a direção, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares de marcar uma Assembleia Geral para votar a destituição do órgão liderado por Bruno de Carvalho, agendada para 23 de junho, tendo ainda sido criada uma comissão de fiscalização para o CFD.

Entretanto, o Conselho Diretivo (CD) do Sporting decidiu por seu lado substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma comissão transitória da MAG, que, por sua vez, convocou uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 17 de junho, para aprovação do Orçamento da época 2018/19, aprovação de duas alterações estatutárias e análise da situação do clube e prestação de esclarecimentos aos sócios e convocar uma Assembleia Geral Eleitoral para a MAG e para o CFD para o dia 21 de julho. O braço de ferro entre as diferentes entidades prossegue.