Se quer inscrever-se num ginásio e aí iniciar atividade física, quando entrar portas dentro desse espaço “verifique se está a ser recebido pelo Diretor Técnico” e não, como “tantas vezes sucede por outros profissionais (Personal Trainers, Relações Públicas ou outros com uma vertente mais comercial)”.

O conselho em tom de preocupação é expresso por Rui Alexandre Jesus, Presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo (APDD) e membro da recém-criada União Portuguesa dos Diretores Técnicos e Técnicos de Exercício Físico (UDTTEF) que marca hoje presença num debate “A Direção Técnica em Portugal e o contexto legal do exercício físico” que decorre hoje, a partir das 15h00, no auditório do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), em Lisboa.

Recordando que o Diretor Técnico “é figura de presença obrigatória em todos os ginásios, health clubs e espaços fitness em Portugal”, sendo este “o garante do bom funcionamento global do local”, adianta que este deve “coordenar todas as atividades física, supervisionar a avaliação da qualidade das mesmas, e acautelar métodos de proteção contra o Doping”.

Acrescenta ainda que a legislação em vigor (2012) impõe “que esteja afixado o nome e horário da sua permanência, para que o cliente e o consumidor dos serviços de um desses espaços de exercício físico, saiba quem é e quando lá está”.

Esse facto é tão ou mais importante, que o presidente da ADD deixa outro alerta: “se efetivamente o encontrará lá, no momento em que precisa de falar, já será outra questão…”, avisa. “Parece que (o Diretor Técnico) tem vindo a ser desconsiderado por alguns, em detrimento de profissionais mais destinados à vertente comercial, ao lado negocial do funcionamento dos locais”, adverte.

Com o número de sócios (mais 30%) e de novos espaços (14%) em tendência de crescimento, conforme admitiu, em janeiro, José Carlos Reis, presidente da Associação de Empresas de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP) em entrevista ao Expresso (dados relativos a 2016), e para fazer face a estas e outras preocupações do setor, representantes do IPDJ, da Associação de Ginásios e Academias em Portugal, da Confederação dos Treinadores de Portugal e da UDTTEF reúnem-se no primeiro debate em que vão procurar fazer um balanço de cinco anos depois de criada legislação sobre a direção técnica de ginásios.

“Será que os ginásios e health clubs em Portugal estão a ser tecnicamente bem geridos”, interroga-se Rui Alexandre Jesus, presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo.