“Na primeira vez em que fui campeão do mundo duvidaram, que foi por sorte, hoje não tem que dizer que foi sorte, foi muito trabalho, muita determinação e foco, e acabei por realizar aquilo”, disse o judoca, em declarações à SportTV.

Jorge Fonseca conquistou hoje a segunda medalha de ouro da sua carreira em Mundiais, e do judo português, ao vencer na final da categoria de -100 kg o sérvio o sérvio Aleksandar Kukolj, por ippon.

“Diverti-me imenso a fazer aquilo que mais gosto de fazer. Foi o dia perfeito, fiz tudo o que tinha para fazer, diverti-me imenso a fazer judo, com o maior gosto, como sempre fiz”, adiantou o judoca.

O judoca, que em Budapeste venceu cinco combates, todos por ippon (a pontuação máxima), revelou que está a trabalhar para chegar aos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 e conseguir o mesmo de hoje.

“O que podem esperar é que vou dar tudo de mim e vou estar nos Jogos Olímpicos ao mais alto nível possível, para fazer o meu melhor resultado possível”, disse, acrescentando pretender “continuar a fazer história no judo”.

Na conversa, à porta da Arena Laszlo Papp, em Budapeste, Jorge Fonseca desejou também o melhor resultado à seleção portuguesa de futebol, que está também na capital húngara, onde se estreia na terça-feira no Euro2020, competição em que defende o título.

“Estão aqui perto, infelizmente não deu para estar com eles, desejo boa sorte, vão dar o seu máximo e acredito que também vão ser bicampeões da Europa”, disse ainda.

Selecionador Pedro Soares enaltece "dia enorme" para o desporto português

“É um dia grande para o judo, mas é um dia enorme para o desporto português, o Jorge é o primeiro bicampeão mundial de todo o desporto olímpico português”, começou por dizer Pedro Soares, em declarações à SportTV.

O selecionador, também treinador de Jorge Fonseca no Sporting, considerou que “é um facto a ressalvar”, além dos Mundiais, que decorrem desde domingo em Budapeste, terem demonstrado que “é um atleta talhado para as grandes competições”.

“Após o título mundial de 2019 as coisas não correram tão bem. A grande vantagem do Jorge e no trabalho que faço com o Jorge, é que conseguimos retirar das derrotas, em provas menos importantes, grandes mensagens, e com isso melhoramos bastante o que temos a seguir”, analisou o técnico.

Pedro Soares acrescentou que este “título do mundo é construído em cima dos erros de provas anteriores”.

“Ele mostra que é grande porque quando chegam os grandes momentos, ele está lá”, disse também o selecionador, deixando elogios ao “talento enorme” de Jorge Fonseca, judoca que diz ter uma “cabeça forte” e que consegue “transformar derrotas em vitórias”.

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio2020, cuja competição de judo decorrerá entre 24 e 31 de julho, Pedro Soares diz que a pressão é a mesma, independente do resultado alcançado hoje em Budapeste, e que nada muda nos objetivos traçados.

“A pressão já existia, mesmo que perdesse ao primeiro combate, entre ir pressionado com uma derrota aqui, ou motivada com uma medalha de ouro, preferimos ir assim”, disse, prometendo trabalho já a partir de segunda-feira, com os Mundiais já ‘arrumados na gaveta’.

Portugal conclui a participação nos Mundiais de judo no sábado, com a entrada em cena de Rochele Nunes (+78 kg), numa competição em que alcançou a medalha de ouro, e a revalidação do título, de Jorge Fonseca, e uma medalha de bronze por Anri Egutidze (-81 kg).