
Questionado pelos jornalistas sobre as agressões a jogadores e equipa técnica do Sporting em Alcochete ontem, Marcelo Rebelo de Sousa disse que se sentiu "vexado" pelo que aconteceu e pela imagem que Portugal proteja desta forma enquanto potência mundial no futebol.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou os acontecimentos de ontem "graves" e salientou que não se pode "normalizar ou banalizar, sob pena de permitirmos escaladas que são más para o desporto e para a sociedade portuguesa".
"Estes acontecimentos potencialmente criminosos são coletivos, não é uma realidade isolada, têm um contexto, que é o aumento da violência no desporto português, sobretudo no futebol profissional", acrescentou.
Marcelo disse ainda que não podem existir dois "Portugais, um democrático e outro que vive à margem do estado de direito democrático".
"Há um clima de serenidade que é preciso criar" e leis a respeitar, diz Marcelo. "Temos de ter a noção que é fundamental para o próprio futebol, para o desporto, e para a sociedade portuguesa, que o clima criado, debatido no parlamento e objeto de chamadas de atenção do governo, não pode continuar".
O Presidente alertou para a possibilidade de uma "escalada" que vai "destruir o desporto português", desprestigiando-o dentro e fora do país.
"Para mim uma coisa é óbvia: não podemos fazer de conta de que o que é grave não é grave, fazer de conta que é um caso isolado", acrescentou, dizendo que é preciso "parar para refletir" e "travar a escalda".
Questionado sobre as condições de segurança para o final da Taça de Portugal, o Presidente remeteu para as autoridades competentes, mostrando-se confiante de que estas vão agir no âmbito das suas funções.
Esta terça-feira, 15 de maio, cerca de 50 indivíduos de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, assim como o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.
O Governo também já repudiou os incidentes na Academia do Sporting, em Alcochete, que considerou atos de vandalismo e criminosos.
Numa declaração conjunta da secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, o Governo confirmou a detenção de 21 presumivelmente envolvidos.
Estes são momentos de grande tensão em Alvalade. Além das agressões em Alcochete, o clube é alvo de suspeitas de corrupção no andebol, estando esta quarta-feira a ser alvo de buscas.
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