Ao todo, seis bases, seis extremos e três postes cabem nas All-NBA Teams, uma distinção que é sinónimo de benefícios financeiros, como contratos que podem chegar a 35% do teto salarial das respetivas equipas, mas sobretudo de reconhecimento enquanto uma das estrelas mais brilhantes da melhor liga do mundo.

Há nomes incontornáveis, mas também há muitas dúvidas nas escolhas. E, mais do que apenas números e estatísticas avançadas como PER (Player Efficiency Rating), WS (Win Shares), BPM (Box Plus/Minus) ou VORP (Value Over Replacement Player), usadas muitas vezes para definir o valor de um atleta aquando destas votações, as narrativas também entram nas contas dos votantes.

Antes de quaisquer narrativas, o rendimento é determinante e, pelo que têm feito este ano, os bases Steph Curry (Golden State Warriors), Luka Dončić (Dallas Mavericks) e Damian Lillard (Portland Trail Blazers), os extremos Giannis Antetokounmpo (Milwaukee Bucks), Kawhi Leonard (Los Angeles Clippers) e LeBron James (Los Angeles Lakers), e os postes Nikola Jokić (Denver Nuggets) e Joel Embiid (Philadelphia 76ers) têm lugar assegurado nas All-NBA Teams.

Oito lugares fechados, sete vagas por preencher.


Ouça aqui o episódio desta semana do Bola ao Ar, podcast sobre NBA produzido pela MadreMedia e apresentado por João Dinis e Ricardo Brito Reis:


Para as três posições de base ainda disponíveis, há seis candidatos com bons argumentos: Bradley Beal (Washington Wizards), Zach LaVine (Chicago Bulls), Donovan Mitchell (Utah Jazz), Chris Paul (Phoenix Suns), Kyrie Irving e James Harden (ambos dos Brooklyn Nets).

Harden seria um dos indiscutíveis, mas o facto de poder falhar o último mês da fase regular devido a uma lesão, aliado à forma menos bonita como forçou a saída dos Houston Rockets no início da época, compromete a candidatura do canhoto. Isso mesmo pode ajudar Kyrie. Sem Harden e sem Kevin Durant, Irving tem liderado os Nets à discussão pelo topo da conferência Este.

Beal é o segundo melhor marcador da NBA, LaVine foi All-Star pela primeira vez, Mitchell e CP3 têm sido fundamentais para o sucesso dos Utah Jazz e dos Phoenix Suns, respetivamente. É aqui que podem entrar as estatísticas avançadas e, destes quatro nomes, Chris Paul destaca-se por ser o 7.º jogador da NBA na lista de Win Shares. Se considerarmos que o sucesso coletivo deve ser valorizado, Mitchell agarra a última vaga.

Nas posições de extremo, repete-se o cenário de existirem seis candidatos para se juntarem a Antetokounmpo, Kawhi e LeBron nas All-NBA Teams: Kevin Durant (Brooklyn Nets), Zion Williamson (New Orleans Pelicans), Jayson Tatum (Boston Celtics), Julius Randle (New York Knicks), Paul George (Los Angeles Clippers) e Jimmy Butler (Miami Heat).

Destes, podemos excluir Durant. Saudável, seria um nome garantido, mas o extremo jogou em apenas 24 dos 49 jogos dos Nets. Dos restantes cinco, PG13 deve entrar. Mesmo partilhando o protagonismo com Kawhi Leonard nos Clippers, está a assinar uma temporada com eficiências acima da média (48.3% nos lançamentos de campo, 43.2% nos triplos e 88.5% nos lances livres) e é um dos responsáveis pela boa campanha da equipa treinada por Tyronn Lue.

A dificuldade é escolher dois entre Zion, Tatum, Randle e Butler. O fenómeno físico dos Pelicans é o mais eficiente de todos, mas é o mais unidimensional dos quatro, com evidentes lacunas no meio campo defensivo, pelo que fica de fora. Knicks (33-27), Celtics (32-27) e Heat (31-28) estão demasiado perto na classificação para que o sucesso coletivo seja tido em consideração, fazendo com que a escolha seja ainda mais difícil.

Jimmy Butler é o único a marcar presença no top-10 da NBA das tais estatísticas avançadas referidas anteriormente (PER, WS, BPM e VORP) e conquista uma das vagas. Entre Randle e Tatum, o último posto é para a cara de uns Knicks que, de acordo com as projeções de início de temporada, deviam estar nos últimos lugares da liga e, afinal, ocupam um surpreendente 4.º posto do Este.

Falta decidir qual é o poste que faz companhia a Jokić e Embiid. A dúvida é entre Karl-Anthony Towns e Rudy Gobert, mas, na verdade, não foi difícil escolher. O francês dos Jazz, equipa com o melhor registo da liga, é o segundo jogador da NBA na lista de Win Shares (9.5), apenas atrás de Jokić, e lidera as Defensive Win Shares.

Com os 15 eleitos, falta definir quem fica nas três equipas, porque também aí é possível vacilar. Escolhi Dončić em vez de Lillard para se juntar a Curry na First Team - Mavericks e Trail Blazers têm o mesmo registo, mas o esloveno tem impacto em mais áreas do jogo -, releguei Kawhi para a Second Team porque tem apenas mais cinco jogos realizados do que LeBron James e isso não é suficiente para privilegiar "The Claw", e preferi Chris Paul a Kyrie na Second Team porque o base dos Suns falhou apenas uma partida da época.

All-NBA First Team: Steph Curry, Luka Dončić, Giannis Antetokounmpo, LeBron James, Nikola Jokić

All-NBA Second Team: Damian Lillard, Chris Paul, Kawhi Leonard, Paul George, Joel Embiid

All-NBA Third Team: Kyrie Irving, Donovan Mitchell, Jimmy Butler, Julius Randle, Rudy Gobert