Numa tarde em que nem a chuva intensa que se fez sentir em Guimarães acalmou os ânimos de um pequeno grupo de adeptos do maior clube do concelho, o único momento negativo aconteceu quando o seu descontentamento, pelo resultado, os fez ‘descarregar a fúria’ em insultos e empurrões a alguns jornalistas que acompanhavam a partida na cidade berço.
O ‘Jamor de Guimarães’, a praça do Toural, em pleno Centro Histórico da Cidade foi o local escolhido para a concentração das cerca de três centenas de adeptos, resistentes, persistentes, fieis ao clube, que de camisolas encharcadas, com mais ou menos guarda-chuvas, assistiram à final da ‘prova Rainha’ do futebol português.
A chuva foi, ao longo da partida, afastando alguns adeptos da praça, enchendo os cafés, mas pelas ruas do centro da cidade a atenção estava no Jamor e, quando aos 48 minutos Raúl Jiménez marcou o primeiro golo do Benfica ouviu-se... silêncio. E depois desilusão. E, depois, palmas de incentivo à equipa.
A cada remate do Benfica, silêncio, a cada arranque do Vitória, euforia. E segundo golo do Benfica, agora pela cabeça de Salvio, ao minutos 53. E voltou o silêncio.
Mas, ao minuto 54, já se ouviam palmas, cânticos e a chuva, muita chuva. Contavam-se os minutos, olhavam-se para os relógios e o tempo passava, até que ao minuto 78 a esperança voltou ao Toural.
"Golo", ouviu-se, qual grito de vitória de D. Afonso Henriques em vitórias longínquas.
Aos 90+4 minutos, o arbitro Hugo Miguel deu, porém, a machadada que haveria de acabar com a esperança vimaranense, o apito final.
O Benfica ganhou. Voltou o silêncio à praça, mas, mais uma vez, por pouco tempo.
Os jogadores do Vitória apareceram no ecrã, tristes, e foram aplausos que se ouviram.
"Caíram, mas caíram de pé", comentaram os adeptos no Toural. “Não lhes faltou a alma, faltou-lhes os pés. E sorte", explicou à Lusa António Pêga, 58 anos, do ‘Vitória' desde os cinco anos.
Comentários