O valor foi avançado pela imprensa oficial chinesa, que escreve ainda que os argentinos do Boca Juniors, onde Tevez joga atualmente, receberam 11 milhões de dólares (10,5 milhões de euros) pela transferência.

No Shanghai Greenland Shenhua alinha também o antigo médio do FC Porto Fredy Guarín.

O colombiano Giovanni Moreno, o senegalês Demba Ba e o nigeriano Obafemi Martins são os outros estrangeiros no plantel.

Pela equipa de Xangai, a "capital" económica da China, passaram também Didier Drogba e Nicolas Anelka, as duas primeiras estrelas internacionais a rumar à China, em 2012.

Os jogadores acabaram, contudo, por sair passados seis meses, devido à rotura entre o presidente e o maior acionista do clube, que deixou de assumir os gastos com a equipa.

O Shenhua é orientado pelo antigo internacional do Uruguai Gus Poyet, que substituiu no mês passado o espanhol Gregorio Manzano, afastado após terminar o campeonato em quarto lugar.

O grupo imobiliário chinês Greenland é, desde 2014, o acionista maioritário do clube.

Situada na foz do rio Yangtse, Xangai é sede de um município com cerca de 24 milhões de habitantes e a mais próspera cidade da China continental.

O Shenhua ("Flor de Xangai", em português) é a principal equipa da cidade e foi formado em 1993, na sequência da profissionalização do Shanghai FC, clube amador que existia desde 1951.

O futebol só se tornou uma modalidade profissional na China no início da década de 1990, quando o Partido Comunista Chinês adotou o sistema de "economia de mercado socialista".

Após fazer parte da fundação da extinta Liga Jia-A, a primeira competição profissional de futebol na China, em 1994, o Shenhua sagrou-se campeão em 1995 e venceu a Taça da China, em 1998.

Com capacidade para 33.000 espetadores, o estádio do Shanghai Shenhua chama-se Hongkou.

O clube nunca conquistou a Superliga chinesa, competição criada em 2004, tendo terminado em segundo lugar por três vezes (2005, 2006 e 2008).

Em comunicado, o Shenhua disse esperar que Tevez ajude a vencer a Superliga chinesa e a Liga dos Campeões da Ásia.

A outra grande equipa de Xangai, o Shanghai SIPG, é treinada pelo português André Villas-Boas e protagonizou este mês a transferência mais cara de sempre para a China, ao pagar 61 milhões de euros pelo brasileiro Óscar.

Futebol tem “grande futuro” na China

A indústria do futebol tem um "grande futuro" na China, apesar dos insucessos da seleção do país, disse à Lusa Darko Matić futebolista estrangeiro há mais anos na Superliga chinesa, apontando como exemplo Inglaterra.

As 16 equipas que disputam a prova máxima do futebol chinês investiram este ano cerca de 460 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros.

Os antigos jogadores do FC Porto Hulk e Jackson Martínez, ou Ramires, que já alinhou pelo Benfica, são alguns dos nomes que rumaram ao país desde janeiro.

A China figura, no entanto, em 82.º no 'ranking' da FIFA e a única vez que participou na fase final de um Mundial, em 2002, perdeu os três jogos que disputou e não marcou um único golo.

Matić, que chegou ao país asiático em 2007 e já disputou 287 jogos na primeira divisão chinesa, prevê ainda assim "um grande futuro para o mercado do futebol na China".

"Por uma razão muito simples: o Presidente [chinês], Xi Jinping, quer que a China se converta numa potência do futebol", explica. "Por isso, muitos investidores estão a pôr tanto dinheiro no futebol", acrescenta.

Xi, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês, o cargo político mais importante na China, é considerado um grande adepto do 'desporto rei'.

Para Darko Matić, o futebol na China ganhará contornos "provavelmente similares" aos de Inglaterra.

"A seleção inglesa não ganha nada há muitos anos, mas o campeonato de Inglaterra é um dos melhores do mundo, porque eles têm dinheiro e captam investimento", nota.

"Os chineses também têm dinheiro e o incentivo para investir e por isso o futebol está a começar a erguer-se na China", diz.

O defesa-central, de 36 anos, joga no Changchun Yatai, equipa da província de Jilin, nordeste do país. Ao longo da sua carreira na China representou também o Tianjin Teda e o Beijing Guoan.

No Guoan, Matić sagrou-se campeão, em 2009, e foi treinado durante duas épocas pelo português Jaime Pacheco, entre 2010 e 2012.

"Tínhamos uma boa relação", recorda sobre o técnico português, acrescentado: "Se fores sério, e trabalhares bem, o Pacheco gosta de ti e aposta em ti".

A admiração é recíproca: "Matić foi seguramente dos melhores profissionais com quem já trabalhei", comentou Jaime Pacheco à agência Lusa.

O croata, que fala chinês fluente, é uma referência entre os amantes do futebol na China.

A sua conta no Weibo, o Twitter chinês, tem 1,3 milhões de seguidores e, durante as seis épocas em que jogou no Beijing Guoan, os adeptos costumavam hastear bandeiras da Croácia no estádio em sua homenagem.

"Não estou certo do que farei depois de me retirar, mas continuarei ligado ao futebol na China", revela.

Darko Matić falava à margem de um fórum em Pequim organizado pela Star Alliance, uma empresa de agenciamento de atletas de alta competição.

Com sede na capital chinesa, a Star Alliance detém os direitos de imagem para a China de vários futebolistas estrangeiros, incluindo os antigos internacionais portugueses Deco e Luís Figo.

O encontro, que reuniu vários atletas olímpicos e futebolistas chineses, serviu para debater novas estratégias para maximizar o uso comercial da imagem dos atletas.

Pedro Neto, um agente português que desde há seis anos negoceia a transferência de futebolistas para a China, era um dos participantes.

"O mercado chinês da imagem e da comunicação vai ser o novo 'El Dorado' para as grandes estrelas do desporto mundial", disse o empresário à Lusa, prevendo que, em 2017, o mercado de transferências na China bata novo recorde.

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