De acordo com fontes financeiras, assim como estava previsto, os conselhos de administração, reunidos esta tarde, aprovaram o início do processo de fusão entre o terceiro e o quarto maiores bancos espanhóis, criando uma entidade que se deve chamar CaixaBank e deverá manter a sua sede em Valência .

A decisão vai alterar o panorama bancário espanhol, dando origem a um gigante financeiro.

A fusão permite criar o maior banco em termos de ativos em Espanha, à frente do Santander ou do BBVA, que têm uma importante percentagem do seu negócio a nível internacional.

O CaixaBank, que a nível internacional é dono do português BPI, é o terceiro maior banco em Espanha, se forem contabilizados os ativos que o Santander e o BBVA têm fora do país, enquanto o Bankia é a quarta maior entidade bancária, conhecido por ser o maior credor hipotecário espanhol.

A fusão entre os dois vai dar origem a um grupo financeiro com ativos de mais de 650 mil milhões de euros, segundo os analistas.

Os acionistas do CaixaBank devem passar a deter cerca de 75% da nova entidade e os do Bankia os restantes 25%, de acordo com relatos da imprensa.

Por outro lado, o maior acionista da Bankia, o Estado, com quase 62%, deverá ficar com uma quota de 14% do novo grupo.

Em 2012, o Estado salvou a Bankia da falência ao injetar 22 mil milhões de euros, mais de metade dos fundos europeus concedidos a Espanha para evitar o colapso do setor bancário devastado pelo “rebentamento” de uma bolha imobiliária durante a crise financeira global.

Esta fusão surge num contexto económico muito negativo para Espanha, um dos países europeus mais afetados pela pandemia de covid-19, cujo Produto Interno Bruto sofreu um colapso de 18,5% no segundo trimestre deste ano.

A decisão anunciada deixa antever outros passos no sentido da consolidação do setor financeiro na Europa, como é defendido pelo Banco Central Europeu.

Os bancos na Europa estão a passar por uma crise, com baixas taxas de juro que diminuem significativamente a sua margem de benefício dos empréstimos, uma acentuada recessão económica e incerteza sobre o futuro, devido à pandemia do novo coronavírus e à saída do Reino Unido da União Europeia.

O Governo espanhol já se congratulou com a fusão, afirmando que o setor precisa de se consolidar, apesar de ser esperada a perda de postos de trabalho entre os mais de 50.000 empregados dos dois bancos.

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