"Certamente que estamos mais do que a tempo de isso [apresentar o orçamento suplementar dos Açores] ser feito. O Governo Regional ainda não disse quando o fará, mas pensamos que tem de ser feito o mais rapidamente possível", disse António Lima aos jornalistas após uma reunião hoje tida com a Inspeção Regional do Trabalho (IRT) em Ponta Delgada.

O deputado bloquista na Assembleia Regional deu o exemplo do Governo nacional, para referir que já é "altura" de o Governo dos Açores apresentar o documento equivalente na região.

"Achamos que é a altura de o Governo Regional também, sabendo já o quadro em que se move, apresentar o orçamento suplementar da região", declarou.

Para justificar a posição, António Lima assinalou que existem decisões que têm de ser "tomadas" e que não podem esperar até à altura das eleições regionais dos Açores.

"Há decisões que efetivamente tem de ser tomadas e respostas que têm de ser dadas e não podem ser dadas em setembro e em outubro porque essa é altura de campanha eleitoral [para as regionais]", disse.

Sobre a reunião com a IRT, o BE frisou que serviu para perceber o acompanhamento daquele serviço perante a "enorme instabilidade económica e social" provocada pela pandemia.

António Lima defendeu o prolongamento do apoio ao 'lay-off' simplificado até julho, destacando que o partido defendeu em maio um complemento regional ao 'lay-off' de 150 euros por trabalhador.

"É preciso, sabendo que em julho haverá 'lay-off' simplificado, que o Governo Regional prolongue o apoio criado para o ‘lay-off’ simplificado, ou seja, o complemento ao trabalhador em 'lay-off' simplificado", frisou

António Lima disse que nos Açores ocorreram despedimentos durante o período experimental e situações de trabalhadores que "perderem o emprego porque chegou ao fim o seu contrato a termo".

O bloquista assinalou que também existiram situações em que os funcionários foram obrigados a passar férias "numa altura em que não era permitido": "é preciso combater a precariedade", declarou.

Questionado pela agência Lusa sobre o número de desempregados inscritos nos Açores, que registou um decréscimo de 6,2% em Abril face ao período homólogo (a região foi a única do país em que o número de desempregados diminuiu), segundo o Instituto do Emprego e Formação Profissional, António Lima reconheceu a importância de algumas medidas nacionais e regionais para evitar o "desemprego em massa" mas pediu "cautela" e "calma" na análise aos números.

"Na crise de 2008, o desemprego só começou a aumentar de forma muito intensa mais tarde e atingiu o desemprego mais alto do país. Esperemos que isso não aconteça de forma alguma. É preciso que haja medidas para apoiar o emprego e as empresas em dificuldades", afirmou.

Os Açores continuam sem qualquer caso positivo ativo de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, segundo a Autoridade de Saúde açoriana, que revelou hoje que não foram detetados novos infetados nas últimas 24 horas.