“Nesta fase, tendo em atenção só o lote oito, que é o que está construído, e o lote sete, que é o que estamos a iniciar a construção, estamos a falar num investimento de cerca de 70 milhões de euros”, disse hoje à agência Lusa o presidente executivo da sociedade que está a gerir este projeto imobiliário, Norfin.
João Brion Sanches acrescentou que, contabilizando as “infraestruturas que já estão feitas, vai ser muito mais do que isto”, sem precisar valores.
Em causa está a urbanização dos Jardins Braço de Prata nos terrenos da antiga fábrica de material de guerra em Marvila, projeto agora denominado Empreendimento Prata.
A construção arrancou em dezembro de 2010, 12 anos depois de o projeto ter sido apresentado, visando retomar o processo de regeneração urbana iniciado com a Expo 98, mas o processo foi interrompido.
Na altura, previa-se um investimento privado de 220 milhões de euros.
Ressalvando que a Norfin só começou a gerir o projeto no final de 2013 em nome do Fundo de Investimento Imobiliário Fechado - Lisfundo (suportado por verbas do Novo Banco e da Caixa Geral de Depósitos), João Brion Sanches aludiu a “problemas vários, nomeadamente licenciamentos” para indicar que a construção só foi retomada no final de 2016.
Desde aí, têm vindo a ser feitas obras em infraestruturas como saneamento, eletricidade, estradas, arruamentos, passeios, sinalização, iluminação, arborização e estacionamento público, precisou.
“Isto está tudo em execução, praticamente acabado, e vai ser acabado até ao final deste ano, princípio do ano que vem”, indicou o responsável, referindo que também nessa data estará concluído o primeiro lote.
Neste primeiro prédio, existem 28 apartamentos de T2 a T5+1, dos quais 20 já foram vendidos, segundo João Brion Sanches.
“Temos praticamente o primeiro prédio vendido. Para um empreendimento que é a renovação de uma zona da cidade, consideramos que é um sucesso total em termos de comercialização”, observou.
Ao todo, o Empreendimento Prata inclui 499 apartamentos de T1 a T6 duplex com preços que variam entre os 400 mil euros e os dois milhões de euros.
A área total é de 240 mil metros quadrados, 100 mil dos quais dizem respeito à zona habitacional, 19 mil metros quadrados à comercial e sete mil metros quadrados à de escritórios e serviços.
“Na prática, estamos a falar de um bairro, não estamos a falar de um empreendimento. Claro que é um empreendimento, […] mas é um novo bairro na zona oriental da cidade” por conter equipamentos e serviços, vincou João Brion Sanches.
Quanto a prazos, o responsável estimou mais 10 anos de obra, prevendo a conclusão em 2027, mas assinalou que isso depende do plano de negócios, que pode ser acelerado para um período entre cinco a sete anos.
O prédio que está em construção, correspondente ao lote sete, deverá estar pronto em 2019, ano em que se avançará com um outro edifício e assim sucessivamente.
A estimativa da Norfin é que, depois de o empreendimento estar concluído, estejam a trabalhar e a viver naquela zona de Lisboa cerca de 2.500 pessoas.
O projeto, da autoria do ateliê de arquitetura Renzo Piano, é hoje apresentado.
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