Numa conferência de imprensa na qual apresentou 20 propostas do BE para garantir a segurança e proteção no desconfinamento, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a notícia avançada pelo Expresso de que o Novo Banco recebeu dinheiros públicos esta semana e o primeiro-ministro, António Costa, sem o saber, deu garantias ao BE no debate quinzenal de que isso não aconteceria até que os resultados da auditoria ao banco fossem conhecidos, motivo pelo qual pediu depois desculpas ao partido.
Deixando claro que não revela “conversas pessoais com o primeiro-ministro”, a líder do BE confirmou que António Costa lhe deu nota, “como aliás disse publicamente”, que lhe teria dado “uma informação errada no debate quinzenal porque não tinha conhecimento da operação”.
“Em todo o caso, julgo que o mais relevante e mais chocante para o Bloco de Esquerda é o facto de ter sido feita a injeção sem conhecermos os resultados da auditoria”, condenou, considerando que o Estado continua a entregar dinheiro público sem saber as contas e a gestão da entidade bancária.
Para Catarina Martins, este tipo de escolhas e de opacidade “são absolutamente insuportáveis”, mais ainda em plena crise pandémica.
Questionada sobre o desconhecimento do primeiro-ministro sobre esta questão, a coordenadora bloquista referiu que “sobre eventual descoordenação dentro do Governo” a quem teria que ser perguntado era ao Governo.
“Independentemente do que possamos pensar sobre as injeções no Novo Banco, eu julgo que ninguém compreende que o Estado continue a colocar dinheiro sem saber o que aconteceu desde a última vez que lá colocou dinheiro”, apontou, considerando que se trata de fazer injeções de capital “num buraco negro”.
No debate quinzenal de quinta-feira, António Costa garantiu que “até haver resultados da auditoria” que está em curso ao Novo Banco “não haverá qualquer reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução” para financiar a entidade bancária.
Catarina Martins tinha perguntado a António Costa se mantinha “que não haverá nenhuma injeção no Fundo de Resolução e no Novo Banco até se conhecer a auditoria que está prometida, que está contratualizada e que tem que ser pública”.
“Sobre o Novo Banco a resposta que tenho para lhe dar não tem grande novidade relativamente à última vez que me fez a pergunta, ou seja, a auditoria está em curso e até haver resultados da auditoria não haverá qualquer reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para esse fim”, assegurou então o chefe de executivo.
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