Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros, em Sintra, a ministra referiu que “essa decisão [de reestruturação] se foi tomada pela direção, é uma decisão consonante com a gestão de um banco com esta natureza, com o interesse nacional e com o interesse dos cidadãos”.
“Como é sabido a CGD é um banco público e o acesso ao sistema financeiro e ao sistema bancário é uma condição essencial de vida, diria, tão importante como aceder às telecomunicações”, disse ainda a ministra, referindo que o assunto não foi tratado em qualquer Conselho de Ministros.
Na segunda-feira, o coordenador da Comissão dos Trabalhadores da CGD informou que o banco está a reavaliar a lista de agências a fechar, mas que tem sido difícil aceder à informação.
O coordenador da estrutura representativa dos trabalhadores, Jorge Canadelo, em declarações à agência Lusa, disse que tem sido difícil aceder à lista de balcões a fechar, apesar de já terem sido noticiados na imprensa, e a informação de que dispõe é de que está a haver uma “reavaliação da lista”, o que considera que estará ligado com a “movimentação da opinião pública e do poder político” nas últimas semanas a propósito deste tema.
Na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se convicto de que a CGD manterá presença em todos os concelhos do país e afirmou que essa é uma preocupação do Governo.
Já o chefe do Governo, António Costa, referiu que o plano de reestruturação da CGD prevê a presença do banco público em todo o país e salientou que o Executivo não se substituirá à administração, colocando em causa a liberdade de gestão.
O ministro Mário Centeno afirmou, por seu lado, em Bruxelas, estar “completamente seguro” de que todos os portugueses terão acesso a serviços bancários da CGD mesmo depois da reestruturação da rede de agências.
Segundo o plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia, a CGD fechará cerca de 25% dos balcões abertos ao público (com funcionários a atender clientes), passando de 651 para 470 ou 490 daqui a três anos.
Já este ano o plano da CGD é de fechar 70 balcões, cerca de 50 no final deste mês e os restantes até final do ano.
Desde há semanas que os encerramentos têm provocado contestação do poder político local, como são os casos de Almeida, no distrito da Guarda, Marvão, no Alto Alentejo, freguesia do Teixoso, na Covilhã, Santa Margarida, concelho de Constância, e Golegã, ambas no distrito de Santarém.
Fonte do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa já tinha dito à Lusa que estão preocupados com encerramento de balcões sobretudo nos casos de sedes de concelho e também adiantou que está previsto o fecho do balcão das Lajes do Pico, nos Açores.
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