A agência de notícias Xinhua, citando fontes oficiais não identificadas, referiu que a soja, a carne de porco e outros produtos agrícolas estarão isentos do aumento das taxas alfandegárias.

Não foi indicado se ou quando voltarão a aumentar as taxas sobre estes produtos.

Pequim impôs taxas de 25% sobre produtos agrícolas norte-americanos e ordenou que os importadores parassem de comprar soja, a maior exportação dos Estados Unidos para a China, em resposta ao aumento das taxas aplicadas pelo Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos chineses.

Entretanto, a China anunciou, na quinta-feira, que alguns produtos químicos industriais dos Estados Unidos passariam a estar isentos de taxas alfandegárias retaliatórias na guerra comercial com Washington, mas que continuaria a penalizar a soja e a carne de porco norte-americanas.

O anúncio do ministério chinês das Finanças surge depois de, na semana passada, Pequim e Washington terem informado que delegações de ambos os países vão voltar a reunir-se em outubro para discutir um acordo que ponha fim às disputas comerciais que ameaçam a economia mundial.

A lista de produtos norte-americanos que serão isentos de taxas retaliatórias, a partir de 17 de outubro, e durante um ano, inclui algumas categorias: pesticidas, lubrificantes, produtos farmacêuticos ou graxa industrial, e agora a carne de porco e a soja.

A aplicação de taxas sobre produtos agrícolas é uma forma de Pequim penalizar diretamente o Presidente norte-americano, Donald Trump, já que é na América rural que estão concentrados muitos dos seus eleitores.

Pequim e Washington aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de ambos os países, numa guerra comercial que começou há mais de um ano.

No cerne da guerra comercial está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.