"De maneira alguma espero que a área do euro venha a experimentar os desiquilíbrios e uma crise da dimensão daquela que acabámos de ultrapassar", afirmou Vítor Constâncio aos jornalistas, à margem da tomada de posse da professora Clara Raposo como presidente do ISEG.
Num curto balanço do seu mandato aos jornalistas, o ex-vice-presidente do BCE admitiu que os programas de ajustamento aplicados a alguns países do euro, como Portugal, "não foram perfeitos", partilhando responsabilidades de falhas com a Comissão Europeia e com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Longe disso. Mas ninguém pensou que o PIB da Grécia ia descer 25%. Ninguém planeou isso, ninguém desejou isso. Mas aconteceu; em resultado de a quebra de confiança dos agentes económicos ter levado muito além do que se pensava as consequências do ajustamento", afirmou.
Para Vítor Constâncio, a passagem pelo BCE foi "muito gratificante".
"Creio poder dizer que as decisões do BCE foram cruciais para evitar uma situação de ameaça à área do euro, para contribuir para uma recuperação económica", considerou, considerando que as medidas não convencionais que o BCE tomou tiveram um papel importante na recuperação.
Questionado sobre se o BCE podia ter evitado o colapso de grandes bancos, Vítor Constâncio recordou que a instituição sediada em Frankfurt apenas começou a ter responsabilidades de supervisão em novembro de 2014
"Depois sim a supervisão europeia ficou vigorosa", disse, considerando que ps bancos europeus estão mais robustos que em 2014 e mais resistentes a futuros abalos "e isso também foi responsabilidade do BCE".
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