Numa nota hoje divulgada, o BdP precisa que o saldo das balanças corrente e de capital foi de 546 milhões de euros em outubro de 2023, que corresponde a uma diminuição de 737 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2022.

O BdP destaca que a balança de bens e serviços apresentou um saldo deficitário “pouco expressivo”, de 64 milhões de euros, o que compara com um saldo positivo de 9 milhões de euros registado no mesmo período de 2022.

Para este resultado, explica o BdP, contribuíram o défice da balança de bens, que aumentou 365 milhões de euros, para 2.449 milhões de euros que resultou do decréscimo das exportações, de 523 milhões de euros (-7,7%), ter sido superior ao das importações, de 158 milhões de euros (-1,8%).

Em relação à balança de serviços, o BdP afirma que a mesma apresentou um excedente que aumentou 292 milhões de euros, passando de 2.093 milhões de euros para 2.385 milhões de euros.

Tanto as exportações como as importações de serviços aumentaram relativamente a outubro de 2022, 10,6% e 7,0%, respetivamente, refere ainda o BdP, adiantando que o incremento das exportações reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+291 milhões de euros), que totalizaram 2.157 milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de outubro.

A balança de rendimento primário apresentou um défice de 238 milhões de euros, depois de ter registado um excedente de 604 milhões de euros no mês homólogo, e o saldo da balança de rendimento secundário praticamente não se alterou em relação ao mês homólogo, situando-se em 510 milhões de euros, adianta o BdP.

A balança de capital apresentou um excedente de 338 milhões de euros em outubro, mais 178 milhões de euros em relação ao período homólogo.

A capacidade de financiamento da economia portuguesa verificada em outubro de 2023 traduziu-se num saldo da balança financeira de 811 milhões de euros.

Segundo o BdP, este saldo reflete o aumento dos ativos financeiros sobre o exterior, de 2.395 milhões de euros e o aumento dos passivos externos, de 1.584 milhões de euros.

O aumento dos ativos financeiros sobre o exterior é “explicado principalmente pelas sociedades não financeiras (1.931 milhões de euros, maioritariamente em empréstimos com entidades do mesmo grupo económico) e pelo banco central (1.377 milhões de euros, dos quais 1.601 no instrumento numerário e depósitos), parcialmente compensado pelos restantes setores, com destaque para as outras instituições financeiras monetárias (-449 milhões de euros).

Em relação ao aumento dos passivos externos, de 1.584 milhões de euros, o BdP afirma que é explicado sobretudo pelo aumento dos passivos do banco central (4.363 milhões de euros, dos quais 3.748 milhões de euros em depósitos e 604 milhões de euros em empréstimos) e pelas sociedades não financeiras, que apresentaram um aumento de passivos de 2.654 milhões de euros.

“Em sentido contrário, verificou-se uma redução dos passivos das administrações públicas, de 4.721 milhões de euros, justificada em grande medida pela amortização de obrigações do Tesouro” e “adicionalmente, registou-se uma redução de 1.727 milhões de euros nos depósitos realizados por não residentes em bancos”, precisa o BdP.