“Nós não precisamos das bazucas para ir às compras, precisamos de investimento para produzir e criar emprego”, disse o dirigente comunista durante uma reunião com os militantes que aderiram ao partido durante o último ano, em Lisboa.
Para o PCP, prosseguiu Jerónimo de Sousa, “é fundamental que os fundos não sejam simplesmente gastos a ir às compras de bens ou serviços, e antes sejam aplicados numa política integrada que vise o desenvolvimento industrial”, de modo a contribuir para a “reconstrução do aparelho produtivo” do país, para aumentar a “criação de riqueza” e diminuir as “importações e dependência externa”.
“Bazuca” foi a palavra escolhida para apelidar os milhares de milhões de euros que a União Europeia vai disponibilizar para os Estados-membros recuperaram da crise provada pela pandemia, com especial enfoque no ambiente e na digitalização.
Perante uma pequena plateia de militantes, visivelmente separados por causa da pandemia, o secretário-geral utilizou como exemplo a aquisição de 14 “unidades triplas” para reforçar a oferta do Metropolitano de Lisboa e que corresponde a um investimento de “quase 100 milhões de euros”.
“Esse investimento público vai ter uma contrapartida importante: vamos passar a ter mais comboios ao serviço, vamos poder alargar a rede e a oferta. Mas esses comboios vão ser comprados a uma empresa privada, austríaca, e vão ser fabricados em Espanha”, completou.
Jerónimo ‘apontou o dedo’ ao “Governo PS e as suas opções ao serviço do grande capital”, assim como a “submissão às imposições da União Europeia, ao mesmo tempo que o grande capital aposta nos projetos reacionários do PSD, CDS e dos seus sucedâneos do Chega e da Iniciativa Liberal”.
O dirigente comunista acrescentou que “a apropriação” do progresso científico, aludindo, por exemplo, à descoberta de inúmeras vacinas contra o SARS-CoV-2, “ao serviço do capital, não só impede o seu aproveitamento para responder às necessidades humanas, como é usado para fragilizar direitos e agravar a exploração”.
E para os militantes que aderiram ao partido no início da terceira década de 2000, a quem se destinava o encontro de hoje, Jerónimo de Sousa deixou uma garantia de que o PCP vai manter “um papel insubstituível na vida nacional”, em que objetivo, segundo o secretário-geral, é o da “emancipação humana”.
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