“Estamos a procurar, num contexto de grande exigência, regressar paulatinamente aos mercados internacionais”, afirma o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS), Luís Onofre.
Depois de um ano de 2023 “de forte contenção” e de um 2024 “de transição” – até junho deste ano Portugal exportou 35 milhões de pares de calçado no valor de 818 milhões de euros, o que corresponde a quebras homólogas de 1,8% e de 15,2%, respetivamente — o setor do calçado garante estar de “baterias apontadas” para 2025.
Nas feiras de calçado Micam e de acessórios de pele Mipel – que decorrem de domingo a terça-feira – a comitiva portuguesa contará com a participação de 40 empresas (39 na Micam e uma na Mipel), um crescimento de 21% face à edição anterior, passando estes certames de quatro para três dias nesta edição.
Já na feira de componentes para calçado e curtumes Lineapelle, a delegação nacional será assegurada por 30 empresas, enquanto na Simac, o certame de tecnologia para a fileira, seis empresas portuguesas apresentarão os primeiros resultados do projeto mobilizador FAIST, orçado em 60 milhões de euros e enquadrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Estes dois certames decorrem de terça a quinta-feira.
Lembrando que, por exportar mais de 90% da sua produção, o setor português do calçado “está muito dependente da evolução dos mercados internacionais”, a associação nota que 2023 foi um ano “particularmente difícil para o setor do calçado a nível mundial”, devido aos efeitos colaterais da guerra e à retração do consumo, tendo as importações globais recuado 8%.
Já este ano, refere, o primeiro semestre “continua a penalizar os principais ‘players’ do setor”.
“A retração do consumo estende-se praticamente a todos os grandes blocos económicos, com as importações da Alemanha a recuarem 2%, da Bélgica 14%, da França 3%, do Japão 11% e do Reino Unido 5% nos primeiros cinco meses do ano”, detalha a APICCAPS.
De acordo com a associação, “na grande tela internacional apenas os EUA ficam relativamente bem na fotografia, recuperando 1% nas importações, depois de uma perda na ordem dos 30% no último ano”.
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