“Desde que foram aliviadas as restrições que temos vindo a registar um aumento significativo nas reservas do Reino Unido e da Irlanda, já para o final de fevereiro, como para a Páscoa, o que faz antever que o verão possa estar ao nível de um ano normal”, disse à Lusa João Fernandes.
Segundo o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), para o final de fevereiro, “período que coincide com o período intermédio de férias escolares no Reino Unido, a taxa de ocupação dos aviões continua a crescer, numa altura em que as ligações aéreas estão acima dos 100 voos diários” no aeroporto de Faro.
João Fernandes adiantou que para o período da Páscoa, em abril, também se verifica “um bom nível de reservas, próximo do ano de 2019, o melhor ano turístico do Algarve, a par do período mais alargado de março a maio”, muito marcado pelo golfe.
“Este aumento da procura e de reservas para o período das férias escolares de primavera é um ótimo sinal da retoma turística destes mercados e para o verão”, notou aquele responsável, estimando que este seja “um ano de consolidação da retoma” turística no Algarve.
De acordo com João Fernandes, os sinais da retoma na região “começaram após terem sido retiradas as restrições aos viajantes de apresentarem testes covid-19 negativos, independentemente de estarem vacinados, o que aumentou a confiança das pessoas para viajarem”, além da “redução substancial de custos”.
A obrigatoriedade de apresentação de teste negativo ao vírus SARS-CoV-2 para entrar em Portugal terminou às 00:00 do passado dia 7, bastando a apresentação de um certificado digital covid-19 ou um comprovativo de vacinação reconhecido.
“A obrigatoriedade de testagem acabava por ser um encargo superior ao custo dos próprios voos”, recordou.
O presidente da RTA acrescentou que o Algarve beneficiou também “por ter medidas claras de controlo da vacinação para o acesso a Portugal dos menores de idade maiores de 12 anos, ao contrário de alguns mercados concorrentes”, como o espanhol.
“Em Espanha houve alguma confusão em torno dos requisitos para o acesso dos menores, com restrições da vacinação completa ser assumida com as duas doses, sendo que, no Reino Unido, por exemplo, o programa de vacinação estava atrasado para esta faixa etária nas segundas doses”, sublinhou.
Para o responsável do Turismo do Algarve, “a região está também a beneficiar com o bom tempo, numa altura em que toda a Europa é assolada por intempéries e por um inverno mais rigoroso que o português”.
O dirigente lamentou, no entanto, que perante as “boas perspetivas” para a retoma turística, o Algarve enfrente alguns “constrangimentos”, como a falta de recursos humanos, o custo da energia e dos bens e serviços fornecidos ao setor.
João Fernandes lamentou ainda que os turistas provenientes do Canadá, um mercado que “estava com um crescimento muito relevante”, enfrentem agora restrições para entrar na Europa, depois de, em janeiro, o país ter sido retirado da lista de países considerados seguros pela União Europeia.
“Temos pontualmente também uma restrição para o Canadá, fruto de uma decisão do Conselho Europeu, que retirou este país da lista dos países sem restrições, sendo apenas permitidos voos essenciais, uma medida que vigora até ao dia 28 de fevereiro e que esperamos seja revertido, porque não se justifica”, concluiu.
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