«A água será dos mais importantes», garantiu ao SAPO o novo presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, que abriu a conferência no Convento de Cristo, em Tomar, onde o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, aproveitou para anunciar que o executivo está a «lançar um programa para recuperar e abrir património» ao abandono, «fechado aos de fora e de dentro».
No seu discurso, Caldeira Cabral usou duas vezes a palavra proibida pela sua secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que no início do debate afirmou que é preciso deixar de falar em «potencial» para passar à implementação e falou na importância de desburocratizar e apoiar as empresas.
Não foi preciso esperar muito para ter a resposta de diversos operadores. «Para falar de executar e deixar de lado a palavra potencial é preciso que não existam tantos entraves nos parceiros públicos, é aí que está o problema», disse António Marques Vidal, presidente da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos). E deu um exemplo: «Para realizar uma actividade, tive de pedir três autorizações. Isto não é trabalhar; se trabalhassem, bastava uma».
As críticas aos «parceiros» públicos, como o governo pretende chamar as instituições estatais, foram ainda mais longe. O presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP) lembrou «a dificuldade que os empresários têm nos licenciamentos». «São necessários 20 pareceres quando um só poderia resolver a questão», lembrou Pedro Costa Ferreira, da APAVT (Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo), acrescentando que na orla costeira há «gente a gerir uma coisa da qual não percebe […], que para manter o serviço vai prendendo» as decisões. E, segundo a APAVT, que preside à CPT, «99,97% do tecido empresarial nesta actividade são micro-empresas e é com elas que é preciso trabalhar».
O ministro da Economia foi tirando apontamentos. «Aprendi muito», disse à saída. Agora é preciso que privado e público trabalhem em conjunto para tornar melhor um sector que, a acreditar na CTP, irá bater vários recordes em 2016. Portugal é actualmente o 15.º destino mais procurado do mundo e as receitas turísticas têm crescido a uma média de 6,2% ao ano na última década, atingindo mais de mil milhões e 2015 e prevendo-se que cheguem aos 1,8 mil milhões em 2030.
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