De acordo com o jornal Público, o Ministério do Ambiente e da Acção Climática já autorizou a venda da participação da Galp Gás Natural Distribuição (GGND) à Allianz Capital Partners (ACP), por 368 milhões de euros.
A venda, acordada em outubro de 2020 quando a Galp ainda se encontrava sob a liderança de Carlos Gomes da Silva, já tinha recebido o aval da Comissão Europeia em fevereiro e foi ontem oficialmente comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
"A Galp acordou com a Allianz Capital Partners, em nome das companhias de seguro da Allianz e da Allianz European Infrastructure Fund, a venda de 75,01% da sua participação na Galp Gás Natural Distribuição, S.A., atualmente de 77,5%", lê-se no comunicado à CMVM.
De acordo com o Público, o Governo — que antes de tomar a decisão consultou a Direcção-Geral de Energia e Geologia, a Entidade Nacional para o Sector Energético e a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos — considera que a ACP “dispõe de capacidade financeira e técnica adequada para assumir a posição de accionista maioritário da GGND”, além de “que estava cumprida a notificação à Comissão Europeia”.
O Ministério do Ambiente determinou ainda que “a ACP tem condições para assegurar a continuidade da prossecução da actividade das concessionárias em conformidade com as obrigações decorrentes das concessões”, refere o diário.
Alienando a GGND as suas nove empresas regionais de distribuição de gás em Portugal à Allianz Capital Partners, esta gestora de ativos do grupo Allianz tornar-se-á assim o maior operador de distribuição de gás do país, servindo perto de 1,5 milhões de clientes de gás natural em Portugal.
Esta transação está sujeita às aprovações regulatórias usuais e à obtenção de consentimentos de terceiros, sendo a sua conclusão esperada para o primeiro trimestre de 2021.
A Allianz Capital Partners está também presente no mercado de energias renováveis em Portugal, tendo-se tornado dona, em 2018, de duas centrais solares: Ourika, com 46 megawatts (MW) de potência instalada, no concelho de Ourique, Alentejo, e a Solara, com quase 220 MW, no concelho de Alcoutim, Algarve.
A GGND gere as empresas concessionárias e licenciadas responsáveis pela atividade de operação de redes de gás nas nove concessões regionais, com mais de 10.000 quilómetros de redes de distribuição em serviço, estando presente em 85 concelhos do país.
O capital da GGND era detido em 77,5% pela Galp Gas & Power, SGPS, e os restantes 22,50% pertencem à Meet Europe Natural Gas, Lda, uma sociedade detida pelas japonesas Marubeni Corporation (50%) e pela Toho Gas (50%). Com o negócio, a Galp ficará com uma posição de apenas 2,49% da empresa, sendo que os restantes 22,5% permanecerão com a Marubeni Corporation e a Toho Gas.
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