Elisa Ferreira falava hoje na abertura do Fórum Banca, em Lisboa, tendo considerado que as instituições financeiras portugueses fizeram progressos nos últimos anos, com financiamento mais sustentado, melhorias na margem financeira e aquilo a que chamou o "potencial aumento da eficiência operacional", devido aos programas de reestruturação que bancos têm em curso (com cortes de custos, desde logo com trabalhadores), e que no futuro deverão levar à melhoria da eficiência operacional.
Contudo, disse, a rendibilidade dos capitais próprios dos bancos portugueses é pior do que a dos outros bancos europeus, o que para Elisa Ferreira "decorre fundamentalmente do facto de os bancos portugueses terem de registar valores significativos de imparidades para cobertura dos seus ativos não produtivos [os chamados NLP]".
A vice-governadora considerou que, nos últimos anos, os bancos têm feito progressos em relação a estes ativos problemáticos (nomeadamente crédito malparado) que pesam nos resultados, e disse que "entre junho de 2016 e junho de 2017 o total de ativos não produtivos (empréstimos mas também outros ativos) foi reduzido em 8,2 mil milhões de euros", totalizando em junho passado 43,3 mil milhões de euros.
"Apesar de ainda ser um valor muito elevado, há que registar este decréscimo", afirmou.
Contudo, avisou os bancos, "há ainda muito trabalho a fazer", e isto num contexto "regulatório exigente e que ainda não está estabilizado".
Sobre as iniciativas atualmente em curso em Portugal para reduzir os ativos problemáticos, Elisa Ferreira destacou as revisões do "enquadramento judicial, legal e fiscal, a cargo do Governo", a supervisão microprudencial com os bancos a terem calendários para redução do crédito malparado e a plataforma de gestão integrada de crédito malparado, de que fazem parte Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco, e que disse que "deverá entrar em funcionamento a breve prazo".
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