Edição por Inês F. Alves
Adaptar significa tornar ou ficar apto. E é isto que se exige à sociedade — e às empresas que a compõem — para se trilhar o regresso à "normalidade" possível perante uma pandemia. A vacina ou tratamento pode não chegar nos próximos meses, mas a vida não pode ser colocada em pausa para sempre. Tal como havia avançado no início deste mês, o Governo avançou com apoios à micro e pequenas empresas para as ajudar a prepararam-se para a reabertura.
Em causa está o programa ADAPTAR, que visa "minorar os custos acrescidos para o restabelecimento rápido das condições de funcionamento das micro, pequenas e médias empresas", nomeadamente ao nível da "aquisição de equipamentos de proteção individual para trabalhadores e utentes, equipamentos de higienização, contratos de desinfeção e os custos com a reorganização dos locais de trabalho e alterações de layout dos estabelecimentos".
(Ainda) A marcar a atualidade económica hoje esteve o "caso" Novo Banco — nomeadamente a autorização de uma nova transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco, que terá sido autorizada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, sem o conhecimento do primeiro-ministro. Mário Centeno deu hoje uma entrevista à TSF em que admitiu uma "falha de comunicação", mas salientou que "falha financeira teria caráter desastroso".
Centeno explicou que "o [valor de] 850 milhões de euros é um empréstimo", que será pago no futuro, e que "estava registado e inscrito no Orçamento do Estado" — reiterando no fundo o que já havia sido explicado pelo Governo, a 8 de maio, de que esta injeção segue o que “está predefinido no contrato” de venda da instituição bancária, em 2017, tratando-se de um empréstimo ao Fundo de Resolução.
Catarina Martins, porém, respondeu à letra dizendo que o ministro das Finanças “está enganado” ao considerar que a injeção no Novo Banco “é uma falha de comunicação”, contrapondo que se trata de uma “falha num compromisso político”.
Prevista ou não, esta falta de sintonia entre Centeno e Costa está a dominar a agenda económica e política dos últimos dias.
Falando em António Costa, o primeiro-ministro afirmou hoje que o Estado já concedeu garantias em linhas de crédito na ordem dos cinco mil milhões de euros e defendeu que a banca deve assumir um papel exigente para proteger o dinheiro dos contribuintes. A par, reiterou o compromisso de pagar até ao final desta semana todos os requerimentos de lay-off válidos que entraram até ao final de abril.
Ainda no que diz respeito a apoios em tempo de pandemia, a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, fez hoje um balanço e informou que a Segurança Social pagou até agora 371 milhões de euros a cerca de 1 milhão e 50 mil pessoas.
Empresas & Emprego
- Isenção de tarifas de saneamento para Alojamentos Locais de Lisboa que recebem profissionais de saúde;
- Governo aplica 10 milhões de euros em apoios para o setor do vinho,
- Ryanair admite despedimentos e redução da operação em Portugal;
- Apenas 22,2% das oficinas acham que negócio volta ao normal em 2021
- Reabertura de restaurantes deve garantir segurança de trabalhadores e consumidores, reiterou ministro da Economia;
- Lucro da Allianz cai 29% no 1.º trimestre;
- Lucros da Toyota caíram 86,2% no último trimestre.