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Patrícia Mamona, o que ela saltou para à prata chegar

Por Inês F. Alves

Vamos ser concretos: Patrícia Mamona saltou 15,01 metros para conquistar a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 e, pelo caminho, bateu dois recordes nacionais.
A atleta portuguesa "saltou" para o pódio à primeira tentativa e ao quarto salto já ninguém lhe tirava a prata, sendo ultrapassada somente pela venezuelana Yulimar Rojas que bateu "só" recorde mundial por 17 centímetros.
Emocionada, ainda a tentar acalmar-se, Patrícia Mamona resumiu tudo: "Faço parte da equipa dos 15 metros. (...) Quando comecei, toda a gente dizia 'triplo não, tu és muito pequena, não tens um perfil para triplista' e agora estou aqui, faço parte das melhores do mundo".
Foram cinco anos de preparação para Tóquio, 20 anos de triplo salto. Como escreve Rita Sousa Vieira num perfil ao qual "roubei" o título desta newsletter, "a menina que treinava às escondidas dos pais é vice-campeã olímpica". Para ler aqui.
Ainda a atleta esta a recuperar o fôlego e já Marcelo Rebelo de Sousa lhe tinha ligado. "Em nome de Portugal e dos portugueses, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa felicita e agradece a Patrícia Mamona".
Patrícia também agradeceu, ao treinador, à família e "a este grande país, Portugal". "Estou orgulhosa de todos nós, ainda agora me disseram que Portugal é um país pequeno, mas consegue fazer coisas grandes. O apoio dos portugueses foi fenomenal", disse.
O dia olímpico foi menos feliz para Auriol Dongmo, que ficou a uns escassos cinco centímetros do pódio. E a atleta não escondeu a tristeza: “Dói-me muito, ficar em quarto lugar é a coisa mais horrível da minha vida”. Vale, ainda assim, perceber como a atleta nascida nos Camarões acabou de leão ao peito e a representar as cores nacionais. Em Tóquio fez a melhor prestação de sempre de um atleta português no lançamento do peso.
Mas há muito mais para contar sobre os Jogos Olímpicos deste ano: a prestação surpreendente de Lamont Jacobs, o protesto Mourad Aliev, os voos de Logan Martin... O SAPO24 continua a acompanhar a par e passo estes JO e pode ver tudo aqui.
Fernando Pimenta entra em ação esta madrugada, e não é o único. Com este calendário, não há motivo para perder provas (isto se lidar bem com privação de sono, dada a diferença horária).
Na terça-feira será Nelson Évora a entrar em cena. Falamos dele hoje porque o campeão olímpico de 2008 revelou que se submeteu a uma operação ao menisco em março deste ano, ficando com menos de 18 semanas para preparar os Jogos Olímpicos Tóquio2020, os últimos da sua carreira. Mas é perentório: "Se acredito?! Sempre!!". E se ele acredita, nós também.
Enquanto isso, vale sempre a pena recordar o triunfo de Fernanda Ribeiro, há 25 anos, em Atlanta. "Claro que me lembro de tudo. Estava com um problema grave no tendão de Aquiles e até tinha dado a carreira como terminada nesse ano”. Ainda bem que não desistiu.