"Este foi um voo muito especial, porque foi o primeiro (...) apesar do bloqueio imperial, aí está a Conviasa lutando no ar e com as suas poderosas asas, vimos este voo entre a Venezuela e a China", disse a vice-presidente da Venezuela.

Delcy Rodríguez falava à televisão estatal venezuelana no Aeroporto de Maiquetía (norte de Caracas) onde recebeu o novo carregamento de ajuda humanitária da China, e antecipou que a Conviasa realizará "muito outros" voos para a China.

Por outro lado, precisou que a Venezuela já recebeu mais de 700 toneladas de medicamentos, materiais médicos e cirúrgicos, destinadas a responder à pandemia, desde o passado mês de março, quando foi detetado o primeiro caso de coronavírus no país.

Sublinhou ainda que a Venezuela foi o primeiro país que recebeu uma delegação de médicos e especialistas chineses e que a China tem ajudado países da Europa, África e América.

"O apoio da China foi determinante e tem sido fundamental nesta luta, graças aos medicamentos, aos equipamentos especiais de proteção para o pessoal de saúde, milhões de máscaras, ventiladores, tudo o que é necessário para combater a covid-19", disse.

Delcy Rodríguez anunciou que a Venezuela iniciou os trâmites para participar nos ensaios clínicos de elaboração de cinco vacinas que estão a ser desenvolvidas pela China e precisou que no novo carregamento chegaram testes de triagem rápida e molecular, ventiladores e medicamentos.

Por outro lado, o embaixador da China na Venezuela, Li Baorong, explicou que o seu país já fez sete envios de ajuda humanitária para a Venezuela e felicitou a Conviasa por ter realizado o seu primeiro voo a território chinês.

Na Venezuela estão confirmados 54.350 casos de pacientes com a covid-19. Estão ainda confirmadas 436 mortes associadas ao novo coronavírus. 43.753 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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