"Tem de ser um dos pontos de qualquer acordo que se vier a assinar", disse o ministro Sameh Shoukry, citado pela agência de notícias espanhola EFE, referindo-se à retirada de Israel da passagem de fronteira de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
O ministro egípcio falava em Madrid, numa conferência de imprensa com o homólogo espanhol, José Manuel Albares.
Sameh Shoukry congratulou-se também pelas respostas que considerou positivas do grupo islamita palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, à proposta de paz para este território avançada pelos Estados Unidos, Egito e Qatar e reiterou que se aguarda agora por uma resposta firme de Israel.
"Há muita comunicação", assegurou o ministro egípcio.
Sameh Shoukry esteve hoje em Madrid para encontros com o Governo de Espanha, que reconheceu formalmente a Palestina como Estado em 28 de maio.
Na semana passada, ministros dos Negócios Estrangeiros (MNE) de vários países árabes estiveram já em Madrid, para agradecer e elogiar a decisão espanhola.
O Egito, com os Estados Unidos e o Qatar, avançou no final da semana passada com uma proposta de paz para Gaza que inclui um cessar-fogo, a libertação de reféns israelitas pelo Hamas e um plano de reconstrução para o território palestiniano.
Além disso, o Egito integra o Grupo de Contacto Árabe para Gaza, cujos ministros dos Negócios Estrangeiros passaram já por Madrid na semana passada.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recebeu hoje Sameh Shoukry e, no final do encontro, numa publicação na rede social X, agradeceu e reconheceu "todos os esforços que o Egito está a fazer para conseguir um cessar-fogo e a libertação dos reféns".
"Continuamos a trabalhar juntos para alcançar a paz e a segurança no Médio Oriente", acrescentou Sánchez.
O MNE espanhol, por seu turno, na conferência de imprensa ao lado de Sameh Shoukry, destacou que "Espanha e Egito têm uma visão comum" em relação à paz no Médio Oriente.
Sublinhando "a capacidade de interlocução" do Egito "com todos os atores na região", Albares acrescentou que tem também demonstrado "apoio e compromisso com a aplicação da solução dos dois Estados" (Israel e Palestina) e foi o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e deixou duas centenas de reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.
A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave, de acordo com as autoridades de saúde tuteladas pelo Hamas.
MP // SCA
Lusa/Fim
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