"Este objetivo torna o projeto um dos mais importantes para o futuro da navegação aérea em toda a África Ocidental, dado o papel de Cabo Verde como porta de entrada para a região", realça, em comunicado, a Indra, líder global em engenharia tecnológica para os setores aeroespacial, defesa e mobilidade.

A empresa explica que o contrato -- sem adiantar valores do negócio - com a empresa pública ASA, que gere os aeroportos internacionais e aeródromos de Cabo Verde e assegura a navegação aérea, além da modernização do centro de controlo de tráfego aéreo oceânico da FIR do Sal, vai permitir instalar "tecnologia de ponta" nas torres de controle em Santiago, Boa Vista, São Vicente e Sal, e "levar a segurança e a eficiência das operações aéreas ao seu mais alto nível".

"Além de melhorar a segurança e a eficiência, o provedor de serviços de navegação aérea do país, ASA, ganhará flexibilidade com essas soluções para se adaptar aos aumentos esperados no tráfego aéreo e fortalecer a interoperabilidade com outros centros de controle nos países vizinhos", destaca a Indra.

A FIR (região de informação de voo) Oceânica do Sal é uma das principais fontes de receitas do setor aeronáutico de Cabo Verde, cerca de 40% do total, e corresponde a um espaço aéreo delimitado verticalmente a partir do nível médio do mar, sendo a do Sal -- que existe desde 1980 - limitada lateralmente pelas de Dakar (Senegal), Canárias (Espanha) e Santa Maria (Açores, Portugal).

A Indra acrescenta que a tecnologia a instalar inclui "uma das soluções de automação mais avançadas do mercado e um sistema de controle de comunicações de voz sobre IP de última geração, além de um simulador para reforçar o treino dos controladores".

Esta modernização permitirá à ASA "reforçar a sua interoperabilidade com outros centros de controlo", melhorando "a segurança e a eficiência" com que gere o tráfego, "dando flexibilidade para se adaptar dinamicamente a diferentes situações operacionais e contribuindo para a conformidade regulatória atual e futura".

Segundo a Indra, este projeto "faz parte do esforço que a ASA vem realizando para modernizar a gestão do tráfego aéreo no país e consolidar a sua posição como uma das mais confiáveis prestadoras de serviços de navegação para voos nacionais e internacionais e rotas transcontinentais".

"Essa tecnologia também aumenta a capacidade de lidar com mais tráfego e receber mais visitantes, permitindo que a indústria do turismo continue a crescer", assume ainda a Indra, que refere ter projetos idênticos em curso, ao nível da navegação aérea, em Marrocos, Argélia, Tunísia, Gana, Quénia, Uganda e Ruanda.

A Indra avança que fechou as contas de 2021 com receitas de 3.390 milhões de euros e tem mais de 52.000 trabalhadores, com presença local em 46 países e operações comerciais em mais de 140 países.

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