O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, que falava na sessão de encerramento da Conferência Internacional sobre a Estratégia dos Açores para o Espaço, realizada em Ponta Delgada, sublinhou que a estratégia no papel "de nada serve de não for acompanhada por um pacote de recursos financeiros" por parte do Governo Regional.

"Sem recursos financeiros disponíveis, os papéis não servem para nada", frisou Manuel Heitor, que anunciou que vai arrancar "antes do final do ano" a nova antena de receção de dados do Earth Observation Laboratory (Laboratório de Observação da Terra) na ilha Terceira, concertada com o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, e com o presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Álamo Menezes.

A secretária regional da Cultura, Ciência e Transição Digital, Susete Amaro, revelou, por seu turno, que cerca de 4.000 pessoas descarregaram durante os dias da conferência o documento da Estratégia dos Açores para o Espaço, que vai ser colocada em consulta pública nos "próximos dias".

Susete Amaro especificou que, na língua portuguesa foram 2.290 pessoas a fazer o "download" do documento da Estratégia dos Açores para o Espaço, enquanto 1.430 o fizeram na língua inglesa, o que revela o "óbvio interesse" que esta matéria está a despertar, tendo como palco o arquipélago.

Mas este interesse "de pouco servirá se não se o conseguir colocar ao serviço dos açorianos e açorianas", disse.

Para Susete Amaro, a Estratégia dos Açores para o Espaço "é compromisso do Governo Regional, sendo a sua implementação um desígnio regional".

A governante salvaguardou que há a "consciência de que, neste momento, é essencial que essa Estratégia seja enquadrada e suportada administrativamente, financeira e juridicamente", sendo importante "pensar de forma articulada e consensual".

A titular da pasta da Ciência observou que, "nos próximos tempos, será iniciado um processo de abertura de consulta pública, sujeitando-se o trabalho [do Governo dos Açores] à opinião e contributos de todos", sendo esta uma "responsabilidade coletiva".

"Importa recordar que a Estratégia dos Açores para o Espaço tem de ser utilizada para colocar mais instrumentos de modernização e requalificação ao serviço das pessoas e das empresas", disse.

Na leitura das conclusões do encontro, Artur Gil, investigador da Universidade dos Açores, apontou a necessidade de destacar a Marca Açores no sector espacial, através da prestação de serviços diferenciados assentes na sua realidade.

Artur Gil destacou que o projeto tem que se ter como base um "conteúdo normativo flexível" e "fatores decisivos como as políticas e instrumentos" a desenvolver, visando a captação do investimento e empresas com renome no setor.

JME // ACG

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