Portugal continental entrou em situação de contingência, segundo nível de resposta previsto na Lei de Bases da Proteção Civil, na passada segunda-feira e na quinta o Governo decidiu prolongar esta situação até hoje.

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, explicou que, no domingo de manhã, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) vai fazer uma atualização de dados e uma avaliação do ponto de situação dos incêndios em Portugal, devendo depois acontecer uma reunião dos membros do Governo para determinar se o nível de contingência se deve manter ou recuar para a situação de alerta.

Antes de entrar na situação de contingência, Portugal continental esteve entre os dias 08 e 10 de julho em alerta, mas depois devido ao agravamento das condições meteorológicas o nível foi agravado.

A situação de contingência, de acordo com a Lei de Bases da Proteção Civil, é um nível intermédio entre a situação de alerta, o nível menos grave, e a situação de calamidade, o patamar mais elevado.

Na última semana, o país enfrentou temperaturas elevados e o dia mais quente foi na quarta-feira, em que quase todos os distritos estiveram sob aviso vermelho, o mais grave emitido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Também foi na quarta-feira que a ANEPC registou o maior número de incêndios rurais este ano, num total de 193.

Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 38 mil hectares, cerca de 25.000 dos quais na última semana, a maior área ardida desde 2017, segundos dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), Portugal é o terceiro país da União Europeia com maior área ardida este ano, sendo apenas superado pela Roménia (149.264 hectares) e por Espanha (92.502).

A situação de contingência é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

CMP // NS

Lusa/fim