
Em entrevista à agência Lusa, Rui Rocha foi questionado se admite deixar em suspenso alguns planos de privatização que a IL defende, como a RTP e a Caixa Geral de Depósitos, para chegar a acordo pós-eleitoral com a AD.
Na resposta, Rui Rocha disse que essas privatizações são "matérias importantes" para o partido, que vai insistir nelas, mas admitiu que alguns processos não sejam feitos imediatamente.
"Entendemos que esse caminho deve ser feito, mas parece-nos que poderá haver, enfim, algum entendimento sobre a prioridade a dar à TAP nesse processo", afirmou.
Interrogado se admite que privatizações como a da RTP e da Caixa Geral de Depósitos não sejam feitas na próxima legislatura, o líder da IL respondeu: "Admito que insistiremos nisso".
"Admito também que o país não ficará sem uma solução de governabilidade se tivermos de fazer um calendário mais alargado nessas matérias", referiu.
Nesta entrevista à agência Lusa, Rui Rocha insistiu na necessidade de os eleitores votarem na IL para tornar "possível que o país seja puxado para o caminho das reformas tão necessárias", acusando a AD de não ter esse "ímpeto reformista".
"A AD tem uma grande facilidade em encostar-se ao PS, em adiar as reformas de que o país precisa e, portanto, esse ímpeto reformista está na IL. Esse é que é o aspeto determinante das próximas eleições", disse.
Reiterando que o partido está comprometido "com soluções de governabilidade para o país", Rui Rocha disse também que, caso a IL forme um Governo com a AD, seria natural e "uma questão de bom senso" que ele próprio integrasse o executivo, enquanto líder do partido, mas não quis referir que pasta ministerial é que gostava de tutelar.
Sem querer estabelecer "linhas vermelhas" para um acordo pós-eleitoral, por querer "ser positivo", Rui Rocha disse que, entre as prioridades da IL para a próxima legislatura, está a habitação e, em particular, garantir que se constroem mais casas.
"Nós precisamos de construir, construir, construir. Nós queremos descer o IVA da construção para 6% e queremos descer para toda a construção, queremos uma enorme simplificação dos processos licenciamentos, queremos dinamizar o mercado de arrendamento. Isso distingue-nos da AD", sustentou.
O líder da IL identificou também como prioridade a redução de impostos sobre as empresas e pessoas e também uma "reforma do Estado a sério", demarcando-se da AD, que tem "uma linha num programa a falar de uma reforma que ninguém sabe quais são as linhas que vai ter".
"Nós somos claros, nós queremos mesmo reformar o Estado, queremos um Estado moderno, queremos funcionários públicos motivados, preparados, formados para servirem os cidadãos, e um Estado que está ao serviço das empresas dos cidadãos, mas com menos peso, com menos custo e com menos recursos desbaratados", disse.
Sobre se, caso integre um Governo com a AD, não teme associar-se a um primeiro-ministro cujo caráter ético tem sido alvo de críticas, Rocha disse que está focado em apresentar a visão da IL e mostrar como "Portugal pode ser um país muito melhor".
"É a minha opção, e não entrar nesse jogo dos casos. O meu caso é mesmo Portugal", afirmou.
Sem ter estabelecido, até ao momento, qualquer meta eleitoral, Rui Rocha tem insistido que o objetivo do partido é crescer nas legislativas. Interrogado se mede esse crescimento com base nas últimas legislativas (nas quais obteve quase 320 mil votos) ou nas europeias (em que teve mais 40 mil votos), Rui Rocha disse que "o sucesso da IL medir-se-á nestas eleições em função das últimas legislativas".
TA // JPS
Lusa/Fim
Comentários