
"Com o total apoio do chefe do Estado-Maior, o comandante da FAI [Força Aérea Israelita] decidiu que qualquer reservista no ativo que tenha assinado a carta não poderá continuar a servir", disse o responsável, citado pela agência de notícias France-Presse AFP.
Cerca de mil reservistas ativos e reformados da Força Aérea israelita assinaram uma carta, divulgada na imprensa, a pedir que se acabe com a ofensiva na Faixa de Gaza se essa for a única forma de conseguir libertar os reféns ainda detidos pelo grupo islamita Hamas.
"A guerra serve interesses políticos e pessoais; só um acordo garantirá o regresso seguro dos reféns", afirmaram os signatários, sublinhando que "a continuação da guerra não promove nenhum dos objetivos declarados e resultará na morte de reféns, soldados e civis inocentes".
"Como já foi comprovado no passado, só um acordo pode devolver os reféns em segurança, sendo que a pressão militar leva principalmente à morte de reféns e a riscos para os nossos soldados", declararam os reservistas, pedindo que "todos os cidadãos de Israel se mobilizem".
Com exceção de cinco dos signatários, todos forneceram os nomes, o que significa que são veteranos, embora o portal 'online' de notícias israelita Ynet tenha indicado que cerca de 10% são reservistas no ativo.
Entre os nomes está o de Dan Halutz, antigo chefe do Estado-Maior.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, criticou os signatários, afirmando que "recusar servir é recusar servir, mesmo que isso seja dito de forma implícita ou através de linguagem velada".
Para Netanyahu, estas declarações "enfraquecem as FDI e fortalecem os inimigos em tempo de guerra", pelo que "são imperdoáveis".
Netanyahu manifestou também apoio à decisão de destituir os signatários.
Também o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, manifestou a "firme rejeição" à carta, que descreveu como "uma tentativa de minar a legitimidade da guerra justa que as FDI estão a liderar em Gaza, pelo regresso dos reféns e pela derrota da organização terrorista assassina Hamas".
"Confio no julgamento do chefe do Estado-Maior [Eyal Zamir] e do comandante da Força Aérea [Tomer Bar] e estou convencido de que vão lidar com este fenómeno inaceitável da forma mais apropriada", considerou o ministro, citado pelo jornal The Times of Israel.
As autoridades de Gaza, onde o Hamas está no poder desde 2007, estimaram na quarta-feira o número de mortos em quase 50.850, como resultado da ofensiva militar de Israel contra o enclave após os ataques do movimento palestiniano a 07 de outubro de 2023.
Segundo Israel, o Hamas ainda mantém mais de 50 reféns dos 250 que sequestrou em 07 outubro de 2023, quando o Hamas atacou o território israelita, dando início à guerra.
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