O défice comercial totalizou 461 mil milhões de ienes (2,8 mil milhões de euros) no mês passado, informou o Ministério das Finanças japonês.
As exportações cresceram 3,1% em outubro em termos homólogos, uma subida maior do que nos últimos meses, graças ao aumento das vendas de equipamentos para a produção de semicondutores, essenciais para computadores e outros equipamentos digitais.
Por região, as exportações aumentaram para o resto da Ásia, incluindo Singapura e Hong Kong, mas caíram ligeiramente para os Estados Unidos.
As importações aumentaram 0,4% em termos homólogos, mas foram, ainda assim, superiores às exportações.
Isto numa altura em que a desvalorização da moeda nipónica e a subida dos preços da energia mantiveram os custos de importação elevados.
Por outro lado, o comércio mundial vive momentos de incerteza devido à reeleição como presidente dos EUA de Donald Trump, que é a favor de aumentos acentuados das tarifas alfandegárias.
As exportações são o principal motor de crescimento do Japão, embora muitos fabricantes tenham em décadas recentes transferido parte da produção e do investimento para o estrangeiro.
O novo primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, tem estado ocupado a reunir-se com líderes das nações asiáticas, bem como da Europa e da América do Sul, para estabelecer relações económicas e comerciais, bem como laços de segurança.
Ishiba, que ainda não se encontrou com Trump, esteve recentemente no Brasil para a cimeira do grupo G20, os 20 países mais desenvolvidos do mundo.
O bloco dos países mais industrializados do mundo é composto por Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, União Europeia e União Africana.
O enfraquecimento da moeda, que tende a acompanhar o crescimento lento, é outra preocupação para o Japão. Os mercados têm negociado o dólar norte-americano a cerca de 155 ienes, quando há um ano o nível estava em cerca de 140 ienes.
A inflação e o aumento dos preços da energia estão a aumentar os custos das importações, enquanto o abrandamento da procura mundial tem prejudicado as exportações.
Analistas acreditam que a recente queda da procura externa se deve, em parte, a perturbações temporárias, como os recentes tufões no sudeste asiático, enquanto a descida das exportações poderá estar ligada a interrupções na produção automóvel no Japão.
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