Uma nota da embaixada explica que o valor vai financiar atividades viradas para gerar rendimento para as famílias atingidas pelo conflito armado, diálogo comunitário e fortalecimento da ligação entre a polícia e a comunidade.

As ações que serão cobertas pelo financiamento japonês vão beneficiar 37 mil pessoas.

"Estamos preocupados com o aumento da insegurança em Cabo Delgado, que está a afetar um número elevado de pessoas", declarou o embaixador do Japão em Maputo, Kimura Ajime, citado no comunicado.

O financiamento irá também apoiar fóruns de coordenação para garantir uma resposta integrada com impacto na coesão social e resiliência da comunidade.

A ajuda será canalizada através da Organização Internacional das Migrações (OIM), adianta a nota.

"Esta parceria chega num momento crítico para a população de Cabo Delgado, pois milhares de famílias foram forçadas a abandonar as suas casas devido à insegurança", afirmou a chefe da missão da OIM em Moçambique, Laura Tomm-Bonde.

Laura Tomm-Bonde destacou que muitas famílias viram a sua condição económica agravar-se, porque tiveram de receber nas suas casas pessoas obrigadas a fugir do conflito armado em Cabo Delgado.

Em Cabo Delgado, região onde avança o maior investimento de um projeto de gás natural em África (liderado pela Total), os ataques de grupos armados, que eclodiram em 2017 em Mocímboa da Praia, já provocaram, pelo menos, a morte de 1.059 pessoas, e algumas das ações dos grupos têm sido reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

De acordo com as Nações Unidas, a violência armada nesta província do norte de Moçambique forçou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.

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