A rede "vendia droga a consumidores finais", que se deslocavam ao Bairro do Aleixo, no Porto, para obter a sua dose diária destinada a exclusivo consumo, afirma o Ministério Púbico (MP).

Mas, acrescenta, "também fornecia produtos estupefacientes em quantidades mais elevadas a outros indivíduos que, por sua vez, os destinavam à revenda; uns na cidade do Porto e outros nas mais diversas cidades do Norte e Centro do país".

"Pelé" foi o nome por que ficou conhecido este grupo "devidamente hierarquizado, com os papéis e funções orgânicas bem definidas", que funcionou pelo menos entre 2015 e 2018, sob "supervisão e orientação" de um casal, segundo a acusação e a pronúncia.

Em causa estão, neste julgamento, os crimes de associação criminosa, tráfico de estupefacientes (agravado, no caso do casal alegado líder do grupo), branqueamento e detenção de arma proibida.

Dezanove dos 23 arguidos foram detidos pela PSP do Porto em 19 de abril de 2018, numa operação "de grande envergadura", que se estendeu aos concelhos da Maia e de Vila Nova de Gaia.

Na altura, a polícia apreendeu mais de 120 mil doses de heroína e cocaína, 53 mil euros, sete carros, uma moto, vários 'taser', facas e 30 telemóveis.

O dinheiro e os carros, aos quais foi atribuído o valor comercial global de mais de 86 mil euros, foram declarados perdidos a favor do Estado.

Após a sua detenção, sete dos 23 arguidos foram colocados em prisão domiciliária, sob vigilância eletrónica.

A leitura do acórdão está agendada para as 15:00 no Juiz 6 do tribunal criminal de São João Novo, no Porto.

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