Dados hoje divulgados pela Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, a Frontex, revelam que este número de entradas irregulares detetadas nas fronteiras externas comunitárias -- 275.500 em 10 meses -- "é o mais elevado desde 2016".
Nos registos relativos só a outubro, a Frontex verificou cerca de 36.500 travessias irregulares, mais 47% do que no mesmo mês de 2021.
Ao todo, mais de 2.300 oficiais permanentes e pessoal da Frontex participam em várias atividades operacionais na fronteira externa da UE, segundo a informação hoje divulgada.
A Frontex destaca que, por regiões migratórias, "a rota dos Balcãs Ocidentais para a UE continua a ser a mais ativa", num total de 22.300 deteções em outubro, quase três vezes mais do que há um ano.
"Até agora, este ano, a região dos Balcãs Ocidentais registou o maior número de deteções desde o auge da crise migratória em 2015", aponta a Frontex, atribuindo o elevado número de travessias a "repetidas tentativas de atravessar a fronteira por migrantes já presentes nos Balcãs Ocidentais, mas também a pessoas que abusam do acesso sem visto à região".
Além disso, "alguns migrantes utilizam o acesso com isenção de vistos para viajar através do aeroporto de Belgrado [na Sérvia] e depois dirigem-se por terra em direção às fronteiras externas da UE", acrescenta a agência europeia, notando que, em resposta a esta situação, já mobilizou mais de 500 oficiais e pessoal de corpo permanente nos países da região.
A segunda rota migratória para a UE mais procurada foi a do Mediterrâneo Central, que teve um aumento de 48% no número de travessias irregulares, detetadas no período de janeiro a outubro, para 79.140.
Já na rota do Canal da Mancha, nos primeiros 10 meses de 2022, o número de migrantes irregulares detetados foi de 62.323, o que representa uma subida de 70% em comparação com o mesmo período em 2021, incluindo tanto tentativas como travessias em pequenas embarcações, adianta a Frontex.
ANE // SCA
Lusa/Fim
Comentários