O porta-voz presidencial assegurou que "a transferência de aviões por parte da Polónia não implicará um grande número [de aparelhos]" e acrescentou que a entrega dos MiG-29 "não será num número idêntico ao dos tanques [Leopard-2] entregues" recentemente a Kiev.
Szrot emitiu esta declaração na rádio polaca, após o Presidente polaco, Andrzej Duda, ter afirmado na terça-feira em Abu Dhabi que "a Polónia está preparada" para entregar "o restante número de MiG-29 que têm estado ao serviço da Força Aérea" e indicar estar "seguro de que a Ucrânia se encontra preparada para os usar imediatamente".
"Desta forma, vamos fazê-lo no âmbito de uma coligação internacional mais alargada, para que se traduza num apoio significativo para a Ucrânia", acrescentou Szrot.
Andrzej Duda também assegurou que a Ucrânia receberá no futuro aviões F-16, de fabrico norte-americano, apesar de não ter especificado quem fornecerá esses aparelhos ou quando serão entregues.
Neste sentido, Szrot comentou que "quando se referem os F-16, não há lugar para declarações acidentais", frisando que o chefe de Estado polaco pronunciou essas palavras "com plena convicção, com pleno conhecimento".
A Força Aérea polaca possui 29 aviões MiG-29, com seis dedicados a missões de treino avançado, e planeia substituir estes aparelhos pelos 50 aviões FA-50 comprados em 2022 à Coreia do Sul, segundo os dados oficiais.
Em fevereiro passado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou formalmente à Eslováquia a entrega de 14 caças MiG-29 que a Força Aérea mantém armazenados e sem utilizar desde 2022 por falta de manutenção, um trabalho que era assegurado por uma empresa russa.
Numa mensagem hoje publicada na Internet, o ministro da Defesa eslovaco, Jaroslaw Nad, afirmou que a Polónia aceita a transferência conjunta para a Ucrânia dos MiG-29 dos dois países.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com o envio de ajuda militar para Kiev e a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
PCR // SCA
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