"Depois das eleições de 2024 e com as discussões entre os partidos políticos sobre a formação de um Governo, há um amplo apoio à continuação das reformas económicas", afirmou Cyril Ramaphosa na sua comunicação semanal.
O Presidente referia-se às eleições gerais de 29 de maio, nas quais o Congresso Nacional Africano (ANC, em inglês), no poder, perdeu a maioria pela primeira vez desde que chegou ao poder em 1994, quando Nelson Mandela se tornou o primeiro chefe de Estado negro da África do Sul.
"Independentemente da forma ou composição do próximo executivo, é importante que a dinâmica da reforma seja mantida e sustentada. Embora tenhamos percorrido um longo caminho para uma reforma, ainda há muito trabalho a fazer para relançar o crescimento da nossa economia", sublinhou o líder do ANC.
Ramaphosa alertou que "uma mudança de direção prejudicaria o progresso positivo que foi alcançado" e levaria o país "de volta à estaca zero".
"Erradicar a pobreza e a desigualdade e reduzir o desemprego devem continuar a ser as nossas principais prioridades coletivas. Não podemos enfrentar esses desafios e melhorar a vida do nosso povo sem atrair mais investimento para a nossa economia e acelerar o crescimento", sublinhou.
Essas reformas incluem uma revisão do setor energético para "permitir eficiência, estabilidade e maior investimento na geração de eletricidade", disse o chefe de Estado, referindo-se aos frequentes cortes de energia que os cidadãos e a economia têm sofrido nos últimos anos.
"Enquanto o país se prepara para uma nova administração democrática, todas as partes devem trabalhar em conjunto para manter a dinâmica da reforma, do crescimento e da transformação. Um Governo estável e eficaz, empenhado na reforma económica, permitir-nos-á construir uma economia inclusiva e sustentável. Um crescimento que beneficia todos os sul-africanos", concluiu o Presidente.
Ramaphosa, de 71 anos, anunciou na quinta-feira passada que o ANC vai convidar outros partidos para formar um Governo de unidade nacional, depois do desastre nas eleições.
O partido do Governo venceu as eleições com cerca de 40,20% dos votos e obteve 159 assentos dos 400 na Assembleia Nacional (câmara baixa do parlamento).
Os seus resultados foram muito inferiores aos obtidos nas eleições anteriores de 2019 e perdeu a maioria absoluta pela primeira vez desde o fim do regime segregacionista de 'apartheid' e o estabelecimento da democracia na África do Sul em 1994, pelo que terá de haver negociações para que Ramaphosa continue na presidência, num segundo e último mandato de cinco anos.
O ANC está nos seus momentos mais baixos, marcado por escândalos de corrupção e desgastado pelos problemas que afetam o país, como o elevado desemprego, a elevada criminalidade ou os cortes de energia.
CSR // MLL
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