"Agora abracem a vossa atividade de produção, porque fazem 'machamba' [cultivo] no tempo chuvoso", disse Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a cerimónia de lançamento da campanha agrícola 2022-2023, no distrito de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, cuja vila foi libertada há cerca de um ano do controlo dos grupos armados que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado.

Filipe Nyusi avançou que os insurgentes estão em fuga da província de Cabo Delgado, devido à ação das forças governamentais de Moçambique, Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

"Os terroristas foram desalojados em Mocímboa, graças aos jovens da marinha e do exército com os seus irmãos do Ruanda e da SADC", destacou.

A batalha contra os grupos armados ainda não acabou e a perseguição aos insurgentes continua, avançou.

Na cerimónia de hoje, o chefe de Estado moçambicano entregou equipamento de produção agrícola a 200 famílias de Mocímboa da Praia, no âmbito de uma iniciativa de assistência que vai abranger 25 mil produtores dos distritos afetados pela violência armada na província de Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada promovida por rebeldes, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

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